Rodrigo Mattos

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ReportagemEsporte

Sem consultar CBF, Liga Forte oferece horário do Brasileiro a TVs e bets

Representante da Liga Forte União, a Live Mode ofereceu um pacote de jogos do Brasileiro a TVs e casas de apostas em um horário que não é possível de ser cumprido pela tabela da CBF. A empresa informou que respeita todas as diretrizes de horários da confederação.

O blog teve acesso à proposta feita pela Live Mode às casas de apostas para duas cotas de patrocínio para o Brasileiro a partir de 2025. A oferta é de uma transmissão voltada às apostas, com grande presença de anúncios de pelo menos duas Bets.

No documento, é sinalizado que os patrocínios aparecerão em TV Aberta (Free to-air TV) e Digital. E os horários indicados são 16h de sábado e 19h de quarta-feira.

O problema é que não houve nenhuma conversa com a CBF, que é quem controla a tabela, sobre uma garantia de realizar jogos nesses horários. Na confederação, é considerado impossível marcar jogos às 16h todo sábado por questões de calendário.

Como há partidas no meio de semana, de outras competições como Copa do Brasil e Libertadores, não é viável garantir que jogos em casa de times da Liga Forte União sejam nesse horário. Não seria possível sempre ter o horário mínimo de 66 horas, que é regra para preservar atletas.

O horário das 19h de quarta-feira é considerado plausível dentro da CBF para ser executado. É possível que a Live Mode flexibilize os horários das propostas iniciais dado a inviabilidade.

Questionada, a Live Mode informou que respeitará todas as diretrizes de horários as diretrizes de horários da CBF.

"A LiveMode esclarece que não divulga informações sobre negociações em andamento e reafirma que as datas e horários dos eventos respeitarão sempre as diretrizes de horários de transmissão definidas pela CBF, entidade organizadora da competição."

As negociações mais avançadas da Live Mode são com a Record para transmissão aberta, em proposta de R$ 200 milhões. Além disso, haveria uma divisão de direitos com streaming, no YouTube. E o valor seria complementado pelas cotas de patrocínio de apostas.

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Na sua proposta, a Live Mode ofereceu às casas de apostas dois pacotes, uma no valor de R$ 131 milhões (pacote Golaço) e outra de R$ 132 milhões (com o nome de Replay). Havia empresas como a Betfair e Sportingbet negociando esses patrocínios com a Live Mode. Assim, no total, espera-se chegar a arrecadação próxima de R$ 500 milhões. Para isso, a Live ofereceu "uma nova transmissão especialmente feita para Betings".

Na prática, o documento aponta que haveria uma exposição de média de 2.318 minutos no pacote Golaço, o que representa mais do que o triplo de entrega da Globo. No caso de conteúdo, seriam 348 minutos, enquanto a emissora global entrega 2 minutos.

O outro pacote, Replay, entrega ainda mais minutos, um total de 2.516 minutos de mídia. Há uma previsão de programas exclusivos sobre apostas, antes e depois dos jogos, e várias inserções durante as partidas.

O material feito pela Live Mode incluiu o uso de marcas de clubes da Libra, como Flamengo e Palmeiras. Como noticiado pelo colega Danilo Lavieri, isso levou os clubes, que não fazem parte da Liga Forte União, a notificarem com uma ameaça de processo por uso indevido da marca.

Reportagem

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