Rodrigo Mattos

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Flamengo tem redução do caixa e aperto financeiro após série de gastos

Clube com receita acima de R$ 1 bilhão, o Flamengo tinha quase R$ 200 milhões em caixa ao final do primeiro semestre, o que lhe permitiu pagar à vista pelo terreno do Gasômetro. Mas a série de gastos nos últimos meses reduziu bastante a disponibilidade de dinheiro no Rubro-Negro e gerou uma situação financeira mais apertada.

Esse foi o cenário exposto em reunião no Conselho Deliberativo de quinta-feira. A situação foi confirmada ao blog por diversas fontes do clube com conhecimento dos números.

Pelas demonstrações financeiras, o Flamengo tinha exatamente R$ 187 milhões de caixa livre ao final do semestre. Só que uma parte significativa desse dinheiro - R$ 120 milhões - é de caixa gerado do Maracanã, portanto, é dividido meio a meio com o Fluminense.

Outra parte era referente a uma antecipação da Globo pelo contrato de TV do Brasileiro de 2025: R$ 56 milhões.

Na quarta-feira, um membro da comissão de finanças do Conselho, Marcelo Aguiar, fez uma exposição sobre as finanças do primeiro semestre. Mostrou essa realidade.

Diante da exposição da comissão de finanças, o presidente Rodolfo Landim disse que reverteria a situação do caixa com a venda de 1 mil cadeiras do futuro estádio com uma arrecadação de R$ 150 milhões. Ele estava contrariado com o questionamento, segundo relato de presentes.

A venda de cadeiras não foi ainda aprovada no Conselho, nem o estádio começou as obras. Além disso, conselheiros criticam o fato de ser uma antecipação de receita, de gestões futuras.

O déficit do Flamengo registrado no primeiro semestre foi de R$ 79 milhões, até porque o clube teve vendas de jogadoras baixas e pagou por De La Cruz à vista. A primeira parte do ano tem tradicionalmente menor receita e tem déficit, o que já ocorreu em outros anos.

Em julho e agosto, o Flamengo desembolsou R$ 146 milhões para a compra do terreno do Gasômetro. Isso reduziu bastante o caixa do clube.

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Ainda não está claro se agora o Flamengo vai ter que recorrer (ou já recorreu) à sua conta garantida com os bancos BRB e Santander para recompor o caixa. O clube tem como premissa manter dinheiro para não ter problemas com despesas, idealmente, de dois meses. A demonstração financeira do clube do semestre cita a importância de manter o caixa saudável.

Sempre foi uma prioridade da gestão de Rodolfo Landim, o que ocorreu na maior parte dos seis anos, menos na pandemia por restrições óbvias. Mas, perto da eleição, os gastos aceleraram.

Fora a questão do estádio, o clube investiu R$ 110 milhões na compra da Carlos Alcaraz e outros R$ 23 milhões na aquisição da Gonzalo Plata. Houve ainda aumento de despesas correntes com Alex Sandro e Michael, ambos com salários e luvas altas. Essa compras são parceladas, e portanto terão peso nos próximos anos.

Pelas contas do meio do ano, já havia uma dívida com compra de jogador de R$ 271 milhões do Flamengo, enquanto a previsão de recebíveis por negociações era de R$ 208,8 milhões. Agora, a diferença aumentou. Não houve vendas grandes, pois as negociações de Wesley e Fabrício Bruno não foram para frente. É provável que ocorram negociações no final do ano para compensar.

Há uma aspecto positivo nesse cenário. A dívida do Flamengo até o final de 2023, diga-se, era bem baixa: R$ 167 milhões de débito líquido. Ou seja, o clube tinha uma capacidade de se endividar mais.

Houve aumento de passivo circulante (compromisso a curto prazo) durante 2024. Só o valor de adiantamentos saltou de R$ 120 milhões para R$ 192 milhões ao final do primeiro semestre.

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O blog procurou a diretoria do clube para ouvir explicações sobre o caso, e mais tarde o clube divulgou uma nota sobre o tema, que vem a seguir.

Nota do Flamengo

O Clube de Regatas do Flamengo, tendo em vista a matéria do portal UOL, escrita pelo jornalista Rodrigo Mattos, na data de hoje, dia 13 de setembro de 2024, com o título "Flamengo tem redução de caixa e aperto financeiro após série de gastos", vem a público esclarecer alguns pontos.

As Demonstrações Financeiras de junho deste ano, publicadas pelo clube, estão em linha com o seu orçamento. O Flamengo apresentou um resultado econômico e um caixa melhor do que o orçado para o período.

Atualmente, o clube vive um ambiente político devido à proximidade das eleições e o jornalista acima citado reconhece que o assunto surge de informações que recebeu de conselheiros da oposição. A matéria cita uma análise feita pela comissão de finanças do Conselho Deliberativo, subordinada a um apoiador declarado de um candidato de oposição, que levou em consideração premissas não oficiais para emplacar uma narrativa de que os investimentos feitos pelo Flamengo possam causar dificuldades financeiras ao clube.

A respeito dos investimentos em atletas, os valores mencionados na matéria são econômicos, que não se refletem na mesma medida no caixa. Como mostra o histórico das nossas contratações, elas são, em sua maioria, feitas a prazo e o clube tem contratos recentemente renovados de receitas recorrentes, com valores acrescidos, suficientes para manter a sua saúde financeira e o cumprimento de suas obrigações em dia.

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Foi graças a esta saúde financeira que o Flamengo pôde reformular seu elenco diante dos desafios que a temporada nos impôs, participar do leilão promovido pela Prefeitura do Rio de Janeiro e arrematar o terreno do Gasômetro para a construção do seu estádio, sonho antigo de toda a Nação. Decisão esta que foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do clube.

A expectativa para o final do ano de 2024 é de um resultado positivo, mesmo com todos esses investimentos, e um caixa equilibrado o suficiente para manter a sua operação e um elenco qualificado em alto nível, capaz de seguir disputando todos os campeonatos com protagonismo, honrando a sua história vencedora.

Vale ressaltar que a atual gestão é a que mais gerou receitas, entregou lucro, pagou dívidas, conquistou esportivamente e investiu em patrimônio na história do Flamengo, com reconhecidas melhorias na sede, arrematando o terreno do estádio, vencendo a licitação do Maracanã e ampliando e modernizando o Centro de Treinamento George Helal. Tudo isto tendo as melhores práticas de gestão e a responsabilidade financeira norteando todas as nossas decisões.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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