Dívida fiscal misteriosa de R$ 220 milhões gera dúvida no Corinthians
Durante a apresentação do Dia da Transparência, há duas semanas, a diretoria do Corinthians apresentou a dívida atual do clube: R$ 2,3 bilhões. Para chegar a esse número, foi apresentado uma dívida fiscal desconhecida no valor de R$ 220 milhões.
O diretor financeiro corintiano, Pedro Silveira, afirmou, naquela ocasião, que se tratava de um débito federal e municipal contraído em gestões passadas e que não estava sendo contabilizado.
"Recentemente, foram adicionados passivos fiscais que não estavam provisionados ou contabilizados que são referentes ao passado. Não são referentes a essa gestão de 2024. São R$ 220 milhões que em breve estarão sendo adicionados ao balanço. Parte disso é uma dívida municipal e parte é federal", disse ele.
Isso elevou a dívida do clube, ao final de 2023, para R$ 2,189 bilhões. Depois, a atual diretoria fez novo crescimento com contratações.
A questão é que, no Corinthians, quem tem conhecimento das contas do clube desconhece essa nova dívida fiscal. Foram consultadas três fontes com informações sobre os números, e ninguém sabe sobre esse débito.
No Conselho, há uma certa perplexidade sobre qual a origem desta nova dívida. Conselheiros pretendem questionar Pedro Silveira na próxima reunião do Cori, que ainda não tem data para acontecer.
No site da Procuradoria Geral da Fazenda, não consta nenhum débito novo do Corinthians na lista de devedores. Não havia processos pendentes do clube na Justiça Federal encontrados pela reportagem.
O balancete do Corinthians até junho de 2024 também não registra essa dívida nova. Está lá o valor de R$ 600 milhões em tributos parcelados, o que torna o clube o maior devedor de impostos entre os times brasileiros. Mas esse montante já era conhecido desde o ano passado.
O blog questionou a assessoria de imprensa sobre a origem da dívida. A resposta foi que o Corinthians não vai comentar.
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