Fundo do São Paulo prevê R$ 240 mi para dívida e limite de gasto no futebol
A diretoria do São Paulo elaborou um plano para pagamento de dívidas bancárias nos próximos quatro anos. Esse projeto envolve um fundo para levantar R$ 240 milhões para trocar esses débitos por empréstimos em melhores condições. Em contrapartida, o clube terá de se comprometer a limitar gastos.
Esse projeto foi aprovado pelo Conselho Deliberativo são-paulino nesta quinta-feira. O plano foi revelado pelo GE e confirmado pelo blog.
Trata-se de um Fidic, um tipo de fundo que utiliza direitos creditórios (dinheiro que o clube tem a receber). Foi elaborado pela financeira Galápagos, que tem atuado na área do futebol.
Curiosamente, é o mesmo tipo de mecanismo que foi usado pelo ex-presidente do Palmeiras Paulo Nobre para emprestar dinheiro ao clube e reerguê-lo quando havia uma situação de dificuldades.
E como funciona? O São Paulo tem uma dívida bancária no valor de R$ 226 milhões, segundo seu balanço de 2023. O dinheiro levantado pela Galápagos seria usado para quitar esses débitos com bancos diversos.
Então, o São Paulo passaria a ser devedor do fundo. O pagamento terá de ser feito em quatro anos, até o final de 2028. Haverá incidência de juros de CDI +5%.
Mas, para além das condições comuns de empréstimos, há regras de governanças para o São Paulo para ter acesso ao dinheiro. Entre elas, o São Paulo tem de gastar com o futebol 50% de sua receita ou até R$ 350 milhões.
O clube não poderá fazer empréstimos acima de R$ 10 milhões a cada semestre a não ser que tenha aprovação dos gestores do fundo. Não são permitidas cessões de outros direitos creditórios a terceiros. E, por fim, o clube precisa dar superávit (gastar menos do que arrecada) a partir de 2025.
Ou seja, o fundo estabelece uma gestão austera para o São Paulo até o pagamento das dívidas bancárias que sufocam o caixa do clube.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.