Conselhos do Flamengo questionam Landim por aumento de gastos e contas
Os poderes do Flamengo mandaram um documento com questionamentos ao presidente, Rodolfo Landim, sobre as contas do clube. Há um pedido de explicação sobre aumentos com despesas com o futebol, com patrimônio (projeto de estádio) e sobre quanto há de dinheiro disponível no caixa rubro-negro.
A diretoria do Flamengo divulgou uma nota em que atribui o ofício a motivações eleitorais.
Regras limitam gastos da diretoria no período pré-eleitoral. Há um dos candidatos de oposição entre os chefes de poder que assinam o documento enviado à presidência.
O Flamengo tem uma situação geral financeira saudável, com dívida bem baixa no final de 2023 e receita na casa de R$ 1,4 bilhão.
Mas, durante o primeiro semestre, houve desembolsos com a compra do terreno do Gasômetro (R$ 146 milhões) para construir o estádio, o que reduziu o caixa. E foram assumidos compromissos de despesas futuras com a contratações da janela do meio do ano.
Os presidentes dos Conselhos Deliberativo, Fiscal, Administração, de Grande Beneméritos e Assembleia-Geral enviaram o documento para Landim sobre possíveis descumprimentos de regras do estatuto por aumento de despesas, assumir despesas que terão de ser pagas após o seu mandato, sem previsão de caixa, e assumir obrigações que superem em 10% o orçamento. No Conselho de Administração, o presidente é Luiz Eduardo Baptista, que é candidato de oposição a presidente.
Alegam que essas medidas podem ferir o artigo 145 do estatuto do Flamengo que estabelece limites financeiros para o período de 180 dias antes da eleição. No ofício, é levantada a possibilidade de, por isso, vetar que o presidente assine novos contratos.
Há um pedido no documento para que seja informado o orçamento de caixa e os valores de despesas até o final do ano.
A diretoria rubro-negra divulgou uma nota para criticar o questionamentos do Conselho e rebater qualquer irregularidade em relação às contas do clube.
O Conselho Diretor do Clube de Regatas do Flamengo vem a público, diante de notícia publicada, em 11.10.2024, pelo jornalista Venê Casagrande, acerca de Ofício conjunto encaminhado pelos demais Poderes do Clube ao Presidente deste Conselho Diretor, esclarecer o que se segue.
"Inicialmente, é de se lamentar que um ofício interno e restrito a presidentes de poder tenha sido vazado para a imprensa com o claro intuito eleitoral. Medidas como essa não configuram, apenas, um ataque político ao Presidente do Flamengo, mas sim um ataque institucional ao próprio Flamengo.
A motivação político-eleitoral do Ofício se torna ainda mais gravosa ao se verificar que o referido documento se encontra assinado por um candidato à eleição para o cargo de Presidente do Conselho Diretor, notadamente, o atual Presidente do Conselho de Administração, Sr. Luiz Eduardo Baptista, que se utiliza do cargo para fins puramente eleitorais, não tendo credibilidade para suscitar qualquer questão.
No referido Ofício, afirmam os signatários que "têm tomado conhecimento, pelos mais diversos meios de comunicação", que o Presidente do Conselho Diretor estaria "realizando despesas ou pretendendo realizá-las, inclusive nas áreas de patrimônio e do futebol, que podem vir a contrariar as regras orçamentárias e de responsabilidade fiscal", revelando, ainda, a ausência de qualquer fundamento para as acusações e insinuações que estão sendo feitas, sobretudo ao dizer que tais fatos foram conhecidos através da mídia, sem sequer determinar quais seriam esses fatos ou despesas supostamente irregulares.
A gestão exercida pelo Presidente Rodolfo Landim sempre se pautou pela responsabilidade orçamentária e fiscal, todas as suas contas foram submetidas a auditoria externa e jamais houve qualquer descumprimento das normas estatutárias, em especial aquelas imputadas no citado Ofício, que, repita-se, foi indevidamente levado ao conhecimento público.
O Ofício em questão chega ao cúmulo de questionar a celebração de contratos de "prestação de serviços de futebol", o que, ao fim e ao cabo, importaria em impedir o Flamengo de participar da "janela de meio de ano", o que nunca aconteceu e nem foi questionado por outros Poderes na história do Clube, o que reforça a impressão de que há claro propósito de prejudicar e tumultuar a gestão do Clube na reta final dos campeonatos.
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Quero receberImportante registrar que este tipo de questionamento não foi feito, por exemplo, no ano de 2021, quando dois desses presidentes de Poder já ocupavam os referidos cargos e os demais eram vice-presidentes de poder, apesar de, naquela janela de meio de ano, terem sido contratados atletas e treinador.
Vale dizer que o Flamengo é um clube que não tem o pagamento de um único compromisso, seja com impostos, empregados ou fornecedores, atrasado, o que faz aumentar ainda mais a surpresa do Conselho Diretor em relação a iniciativa.
Do mesmo modo, não há qualquer despesa irregular na área de "patrimônio", tratando-se, obviamente, de um indevido questionamento à compra do terreno, para construção do futuro estádio do Flamengo, a qual foi devidamente autorizada pelo Conselho Deliberativo do Clube, em uma reunião histórica, com voto favorável de mais de 600 sócios. A decisão do Clube, tomada através do Conselho Deliberativo, foi a de fazer o estádio e não pode ser alterada em hipótese alguma, ainda que um Presidente de Poder ou candidato à Presidência seja contra a ideia.
Por fim, é preciso esclarecer que todas as despesas e atos do Presidente do Conselho Diretor foram praticados em estrita obediência às normas estatutárias do Clube de Regatas do Flamengo. O Clube vem realizando a execução orçamentária dentro da meta estabelecida e respeitando o limite previsto no artigo 146, inciso III, do Estatuto Social, o que revela ser ainda mais inapropriada a interferência ora tratada.
Por tais razões, o Conselho Diretor vem a público repudiar o teor do Ofício Conjunto, assinado pelos demais presidentes de Poder, em manifesto intuito político, registrando-se que todas as despesas e atos do Conselho Diretor e de seu Presidente foram praticados em estrita obediência às normas previstas em lei e no Estatuto Social do Clube de Regatas do Flamengo."
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