O que se discute no Flamengo sobre as receitas para construir estádio
A diretoria do Flamengo tem prometido mostrar nos próximos dias um primeiro detalhamento sobre as receitas para pagar a construção do Gasômetro. Há discussões internas sobre quanto cada fonte de renda vai gerar para viabilizar o projeto.
O custo estimado da construção do estádio é de R$ 1,5 bilhão a R$ 1,7 bilhão. Inicialmente, a conta era feita com o primeiro número, mas debates internos já tendem a mostrar que pode estar mais próximo do maior valor. Isso como projeto inicial.
Pois bem, entre as principais fontes de renda, está o naming rights. A diretoria do Flamengo chegou a estimar de início que poderia cobrar até de R$ 70 milhões a 80 milhões por ano por essa propriedade.
Mas, diante dos valores do mercado brasileiro, esse valor eventualmente pode ter que ser ajustado. O São Paulo, por exemplo, vendeu os naming rights do Morumbis por de R$ 25 milhões a 30 milhões por ano.
Outra fonte de renda importante projetada é a de camarotes. O Flamengo tem a ideia inicial de 180 camarotes, o que seria um número bem superior ao Maracanã de 120 lugares. A projeção é de espaços menores do que os do estádio tradicional.
Só de que o número está longe de ser definitivos. Será preciso fazer ajustes para se adaptar as demandas do mercado.
Para a venda de cadeiras cativas, o Flamengo pensava em períodos diferentes de cessão, de três, sete e 11 anos. Mas esses prazos não estão fechados porque são necessários testes de mercados. O presidente Rodolfo Landim já falou em arrecadar R$ 150 milhões com cativas, possivelmente mil delas.
Há dois itens em que a diretoria apostava inicialmente que eram o jogo de abertura e o tijolinho virtual. O primeiro, de início, os dirigentes projetavam ganhos muitos otimistas, com ingresso médio acima de R$ 5.000. Estimava-se obter dezenas de milhões de receita. Mas essa ideia perdeu força por não ser vista como real.
De todas essas fontes, a antecipação de receitas para pagar pela construção implicará em perda de parte delas. Em vez de receber por 20 a 25 anos pelo naming rights, o clube pode levar o dinheiro antes, mas ganhará bem menos com o desconto de valor presente, por exemplo. Isso vale para todas as rendas.
O tijolinho virtual foi uma aposta divulgada pelo próprio Landim que falou em colocar os nomes das pessoas no estádio em painéis como reconhecimento. As vaquinhas para pagar por estádios, no entanto, têm resultados incertos. De novo, nas discussões internas, essa receita perdeu força dentro da conta total.
O CEPAC, título de uso construtivo da Gávea, é outra aposta da diretoria. Depende de aprovação na câmera e de venda posterior para atingir os projetados R$ 700 milhões sonhados pela diretoria.
A atual gestão do Flamengo faz as contas para, como prometeu em campanha eleitoral, tentar calcular receitas suficientes para fechar a construção sem comprometer o estádio do futebol. Não é uma conta fácil, apesar do otimismo.
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