Vini Jr e Raphinha encontraram uma trilha na seleção em meio ao nevoeiro
É meio óbvio dizer que a seleção brasileira continua a ser um time em busca de identidade, e longe de seus melhores tempos. Dito isso, o empate diante da Venezuela pelo menos mostrou um caminho para Dorival Jr. para aproveitar seus principais jogadores, Vinicius Jr. e Raphinha.
É fácil focar no pênalti mal batido e perdido pelo atacante do Real Madrid. Provavelmente, ele nem deveria cobrar já que Raphinha tem se mostrado mais eficientes nas bolas paradas.
Mas, em uma eliminatórias com a vaga dada, é mais importante a atuação até do que o resultado.
E o Brasil mostrou coisas positivas no aspecto ofensivo do primeiro tempo. Um ataque bem mais móvel do que nos jogos anteriores proporcionou o melhor dos atletas.
Sem estar fixo na esquerda, Vini Jr. apareceu para concluir na área, para triangular pela direita, algo mais parecido com o que ocorre no Real Madrid. Isso também foi proporcionado pela movimentação de Igor Jesus, o time parece funcionar melhor com um centroavante, só que um dinâmico.
Essa movimentação também contribuiu para um Raphinha como ponta-de-lança, em função similar a onde brilha intensamente no Barcelona na atual temporada. Seu gol de falta é um primor.
Para completar, Gerson proporcionou a armação por trás do ataque, veja o lançamento para Vini Jr no pênalti. E ainda chegou para chutar a gol.
De negativo, o time ficou exposto excessivamente às retomadas de bola da Venezuela e falou bastante na saída de bola. Tanto que, apesar de criado boas chances, proporcionou igualmente conclusões perigosas aos rivais, especialmente em erros de Ederson.
Com Bruno Guimarães e Gerson, o time sofre para marcar atrás, sendo mais eficiente quando pressiona o rival na frente.
O segundo tempo, é verdade, viu uma queda acentuada da seleção. A oscilação é uma característica de times ainda inseguros. E a entrada de Paquetá, em péssima fase, foi um erro de Dorival que desarmou o fluxo do ataque. Em compensação, melhorou a recomposição em momento em que a Venezuela tinha mais gente no meio.
A crise da seleção é prolongada - já dura quase dois anos - e atuação diante da Venezuela não significou uma saída. Mas representou ao menos uma luz tênue para Dorival tentar achar a porta.
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