Após um ano de Dorival, seleção ganha só uma posição e não 'joga para c...'
Ao ser derrotada pela Argentina, em casa, a seleção de Fernando Diniz fechava o ano na 6a posição das eliminatórias para Copa. Interino, acabou demitido no início do ano.
Ao empatar com Uruguai, em casa, a seleção de Dorival Jr encerrou o ano na 5a colocação na classificatória. Marcou nove pontos em 18 possíveis, dois a mais do que o antecessor.
Um ano de comando do novo treinador a frente da seleção - incluindo um mês de treinos na Copa América - mostrou um evolução tênue, parca, quase invisível. A visão de Dorival Jr é diferente: vê um trabalho que tem melhorado a cada jogo. Entende que os resultados (que não vieram) ofuscam esse saldo positivo.
Essa percepção pode ser calcada em uns momentos de brilhos esparsos, um 2o tempo diante do Peru, um 1o tempo diante da Venezuela, volume superior de jogo contra o Uruguai.
Mas é possível contrapor a isso as falhas defensivas brasileiras, que geram espaços excessivos na entrada da área e no meio da zaga. Além disso, há momentos extremamente confusos no ataque como quando havia cinco pontas em campo - seis se considerarmos Raphinha.
No derradeiro jogo da temporada, houve esses dois elementos. Raphinha como meia é um ponto positivo, Gerson no meio-campo é outro. As movimentações mais dinâmicas no ataque, sim, puderam ser vistas.
Vinicius Jr, que teve desempenho só razoável, atua melhor quando sai de uma posição da ponta esquerda, mas tem liberdade para flutuar. Dante do Uruguai, esteve muito centralizado. E a atuação como meia de Raphinha possibilitou diversas enfiadas no meio da zaga. E era um Uruguai que se defendia bem.
Dito isso, Bruno Guimarães permitiu a jogada preferida de Valverde para driblar na entrada da área e chutar no canto do gol. A falta de efetividade brasileiro era punido.
O empate veio no arremate difícil de Gerson da entrada da área. A partir daí, Dorival empilhou, Vini Jr., Luiz Henrique, Martinelli, Estêvão e Raphinha. Os dois primeiros jogavam como dupla cravados no meio da área. Não eram exploradas as suas melhores características. De resto, era um modo aleatório que tinha até Martinelli como armador.
Não por acaso, ao final do jogo, as avaliações foram bem díspares. O público na Fonte Nova vaiou. Já o meia Raphinha entendeu que a seleção "jogou para c?? entre outros elogios. Entendeu que só faltou o gol. Sua análise era desconectada da realidade.
O mundo factual está no meio do caminho. Trata-se de um time que anda, mas parece não sair do lugar. Como se estivesse correndo em uma esteira.
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