Rodrigo Mattos

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CEO do Botafogo responde a críticas de Landim sobre fair play financeiro

O CEO do Botafogo, Thairo Arruda, rebateu declarações de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, sobre os altos investimentos do Alvinegro. O dirigente flamenguista vem criticando o dinheiro aplicado pelas SAFs e fez cobranças por fair play financeiro no futebol brasileiro.

O executivo botafoguense explicou a atuação do clube no mercado fazendo analogia com a compra de um apartamento financiado. Participando do CBF Summit 2024, ele também citou Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e defendeu a implementação de um fair play financeiro "light" no Brasil.

Falar do fair play financeiro, que eu acho bem importante. Isso tudo, esse fluxo de atletas, como que o Botafogo compra um jogador de 20 milhões de euros, sendo que a receita do Botafogo... Até o presidente Landim [do Flamengo] falava muito disso: 'Oh, a receita do Botafogo é 400 milhões, como que ele consegue ir ao mercado e gastar 600 milhões? Não pode'. Mas eu vou explicar, vou dar um exemplo e até fazer uma analogia bem interessante.

Thairo Arruda, CEO do Botafogo
Thairo Arruda, CEO do Botafogo Imagem: Instagram/Thairo Arruda

Imagina um profissional qualquer como nós, que ganha R$ 20 mil por mês. Ao longo do ano, o nosso salário é de R$ 240 mil. Só que eu vou lá e compro um apartamento de R$ 500 reais. Eu paguei R$ 100 mil à vista, lá os 20% do apartamento e financiei R$ 400 mil daquele apartamento. Esse financiamento no banco tradicional vai me dar lá um custo de R$ 4 mil por mês. Então, o meu salário de R$ 20 mil por mês eu gasto R$ 4 mil e pago o financiamento do meu imóvel.

Só que daqui a três, quatro anos eu já não ganho mais 20 mil, eu posso ganhar R$ 30 mil ou R$ 40 mil. Então, eu vou lá e posso inclusive vender esse apartamento que eu comprei para comprar um melhor. Ou do outro lado, se eu pego meu emprego e já não ganho mais R$ 50 mil por mês, eu posso vender aquele apartamento que eu comprei que ele é um ativo. Então essa é a forma que a gente faz.

Então, até a resposta ao meu querido presidente Landim, quando a gente faz a conta e fala que quem ganha 400 [milhões] não pode gastar 600 [milhões], ele está dizendo que o profissional que ganha R$ 240 mil não pode gastar R$ 600 mil. Comprar o apartamento de quem assumiu. Ora, mas existe financiamento é para isso. É para a gente conseguir ter um custo de pagamento e conseguir honrar com esses compromissos.

Por que eu estou dizendo essa analogia? Porque o fair play financeiro é fundamental se implementar no Brasil, mas não dessa forma. A forma correta de implementar o fair play financeiro é controlar o pagamento. Ora, se ele comprou um apartamento, ele está pagando direitinho, ele está pagando em dia, então está tudo bem. A gente não precisa controlar o quanto que ele pode gastar. Mas sim a capacidade da pessoa de pagar aqueles compromissos assumidos.

Foi mais ou menos como a presidente Leila [do Palmeiras] mencionou, de um fair play financeiro no Brasil de forma light. E eu acho que é isso que ela quis dizer, de a gente controlar o pagamento das obrigações. E isso tem muito a ver com o nosso tema, porque chegou à tona esse tema do fair play financeiro novamente, justamente. Pelo Botafogo ter ido ao mercado da forma que foi.

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Na Europa, o fair play financeiro estabelece um limite de 70% de gastos totais em relação à receita do clube.

O Botafogo anunciou neste ano as duas maiores contratações da história do futebol brasileiro: Almada e Luiz Henrique, por 25 milhões de dólares e 20 milhões de euros.

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