Rodrigo Mattos

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ReportagemEsporte

À Justiça, Corinthians indica que dívida subiu R$ 300 mi na gestão Augusto

Em documento à Justiça, o Corinthians indicou que a sua dívida bruta está em R$ 2,4 bilhões. Esse montante de débito, os altos custos do futebol e as penhoras são usados como justificativa pela agremiação para pedir uma suspensão das execuções judiciais.

O valor da dívida bruta revelado pelo clube é R$ 300 milhões maior do que o do final de 2023, quando o atual presidente do Corinthians, Augusto Melo, foi eleito.

No balanço de 2023, havia um registro de R$ 1,986 bilhão de dívida bruta, incluído aí o valor da Neo Química Arena. Esse montante não considera os ativos, isto é, o que o clube tem para receber. Durante o ano, foram encontrados novos débitos fiscais e feitos acordos, e o valor do passivo chegou a R$ 2,075 bilhão em débitos gerados em gestões anteriores.

Só que, na administração de Augusto, houve diversas contratações em duas janelas de transferência, além de multas por saídas de técnicos e despesas altas no futebol. E obviamente houve juros sobre as dívidas anteriores - a maioria gerada nas gestões de Andrés Sanches, Duílio Monteiro Alves e aliados - que aumentaram o tamanho do bolo. Então, o Corinthians revelou o número de R$ 2,4 bi como passivo total.

A petição do Corinthians teve como objetivo requisitar a inclusão no RCE (Regime Centralizado de Execuções) ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. Além disso, pediu de forma imediata a suspensão das execuções judiciais. A primeira medida foi concedida, mas a decisão sobre penhoras ficou para o juiz da Vara Empresarial.

Ao defender a medida imediata, o Corinthians informou que está com o seu caixa estrangulado. Por isso, vê a possibilidade de ficar sem condições de cumprir obrigações do dia a dia.

"Fluxo de Caixa Estrangulado. O fluxo de caixa do clube encontra-se deficitário, com projeções indicando a insuficiência para cobrir obrigações de curto prazo, como folha salarial e compromissos operacionais."

Entre os motivos listados, estão antecipações de receitas, dívidas antigas e um alto custo do futebol. O Corinthians tem um custo operacional de futebol de R$ 440 milhões por ano, segundo o documento.

O clube listou 10 ações que ameaçam com penhoras o clube, a maior é da Pixbet, ocorrida na gestão de Augusto Melo. O valor da cobrança é de R$ 38,9 milhões pela rescisão contratual. E já gerou bloqueio nas contas do clube. Isso ocorreu porque a gestão de Melo descumpriu o acordo para pagamento da empresa.

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Se for concedida a suspensão das execuções, o Corinthians terá de apresentar um plano de pagamento a seus credores com ações cíveis. A partir daí, o juiz determinará um parcelamento pelo qual o clube destinará uma percentual de sua receita para pagamento dessas dívidas.

O mesmo foi feito na CNRD (tribunal da CBF), que trata de casos de dívidas com clubes, agentes e jogadores. Haverá um parcelamento que terá de ser cumprido ou o clube sofrerá transfer ban.

Reportagem

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