Como é o xadrez político para vetar grama sintética após pedido de atletas
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Com Igor Siqueira
A discussão sobre a permissão do gramado sintético é antiga: ocorre desde o final de 2018 quando este tipo de campo foi aprovado para o Brasileiro. Mas o debate esquentou com a manifestação de jogadores de prestígio do futebol nacional - Neymar, Memphis, Gabigol e Gerson - contra a grama artificial.
Esse movimento faz parte de um xadrez político que se desenrola pouco tempo antes do Conselho Técnico da Série A. É provável que a reunião - que tem o poder de vetar o gramado sintético - ocorra no final de fevereiro, isto é, na próxima semana.
No ano passado, o campo artificial já esteve em pauta e teve ampla rejeição. Mas a CBF entendeu que era injusto com os clubes que utilizam o gramado - Palmeiras, Botafogo e Athletico, na ocasião.
O estudo a ser feito sobre o sintético não está pronto. Mas, durante o ano, continuaram a acontecer diversas conversas entre clubes sobre a grama artificial. E há um grupo consolidado de rejeição. Esse grupo, que se espalha por Libra e Liga Forte União, é claramente majoritário. Até porque são apenas três times com gramado sintético.
Entre as agremiações mais vocais, contra o campo, sempre esteve o Flamengo, Fluminense e São Paulo, clubes que têm atletas no manifesto. Só que há atletas também de Corinthians, Cruzeiro, Inter e Santos, entre outros, no protesto.
O Palmeiras, que se apresentou como principal defensor do sintético, vê nos bastidores um movimento coordenado dos atletas. O clube não se surpreendeu com o manifesto vir pouco antes do Conselho Técnico.
A CBF, por enquanto, tem uma posição totalmente neutra. Nem se movimenta para colocar em pauta, mas não vai impedir que o assunto vá para pauta se um dos clubes pressionar.
A percepção entre os opositores da grama sintética é de que já foi adiado por um ano o debate. Agora, cabe ao colegiado dos clubes, os 20 da Série A, decidirem se haverá votação. Se houver um pleito, será difícil manter a grama sintética pela maioria contra.
Mas, se isso ocorrer, dificilmente uma agremiação terá de sair correndo para trocar gramado. É praxe entre os clubes e a CBF dar um prazo para adaptação a esse tipo de estrutura. Seria considerado injusto cobrar uma medida imediata para um Brasileiro que começa em 30 dias.
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