Dívida do Flamengo aumenta para R$ 505 milhões em 2024
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O Flamengo teve um aumento de sua dívida líquida de R$ 338 milhões no ano passado. O valor saltou de R$ 167 milhões para R$ 505 milhões durante o período. Esse número pode ser calculado a partir dos dados públicos do balanço rubro-negro.
As explicações para crescimento do débito são: 1) redução do caixa por causa de compra do terreno do Gasômetro 2) crescimento dos compromissos por compras de jogadores 3) venda de jogadores menor do que em anos anteriores
A dívida líquida é calculada com todo o passivo menos o ativo circulante e recebíveis.
Trata-se de um número diferente do exposto pelo Flamengo no balanço: a dívida operacional líquida. Por esse critério, o número saltou de R$ 48 milhões para R$ 327 milhões. São conceitos diferentes já que o segundo trata só de pendências operacionais.
De qualquer maneira, o crescimento dívida líquida rubro-negra foi resultado de um aumento nos gastos com compra de jogadores (R$ 415 milhões em recorde histórico), associado a uma queda na venda de atletas (R$ 107 milhões). Ao final do ano, houve um déficit de R$ 734 mil, isto é, o clube quase empatou.
O maior crescimento no passivo foi justamente no pagamento de contratações. No total, o clube tem que quitar R$ 369 milhões nos próximos anos. E, deste total, R$ 221 milhões têm que ser pagos ainda em 2025.
Além disso, houve a compra do terreno do Gasômetro na faixa de R$ 150 milhões registrado no balanço. Neste caso, o impacto ocorreu no caixa do clube. Ao final de 2023, o caixa somava R$ 234 milhões, número que caiu para R$ 70 milhões na virada deste ano - o valor bem acima dos R$ 3 milhões projetados inicialmente.
Isso porque o clube continua com um patamar bem alto de receita, o maior do Brasil. A arrecadação bruta atingiu R$ 1,334 bilhão. Neste número, está incluía a receita obtida com o Maracanã, em uma mudança do critério no balanço rubro-negro.
E o clube teve um crescimento significativo nas receitas recorrentes, isto é, aqueles operacionais sem contar a venda de jogadores. O Flamengo continua a ver aumentos nas rendas comerciais (patrocínios, licenciamento, publicidade), além de ter obtido uma boa receita da Copa do Brasil.
É exatamente esse colchão de receita - também obtido na administração anterior - que permite ao clube se reestruturar na nova gestão com Luiz Eduardo Baptista. O novo presidente cortou gastos e fez uma janela de transferências bem discreta no início do ano, só com a compra de Juninho por 5 milhões de euros.
Ainda há uma previsão de aumento de receitas. Com isso, o clube espera incrementar as contratações no meio do ano e reduzir a dívida ao final da temporada de 2025.
3 comentários
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Benedito Correa Vieira
Entra algum pagamento aos afetados na tragédia do Ninho do Urubú?
Andre Luiz Bianchi Arantes
O FLAMENGO não precisa se preocupar com essa dívida. Nem se ela dobrasse o tamanho e fosse lá pelos 700 milhões haveria preocupação, levando em consideração o que o CLUBE fatura. Essa é a questão: não é o valor da dívida que pode complicar uma agremiação e sim a relação, dívida x faturamento. Já o CORINTHIANS tem um faturamento gigantesco, bem próximo ao FLAMENGO mas a dívida é de DOIS BIlhões e este é o problema.