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16/04/2010 - 12h30

Atraso faz Brasil-2014 ficar entre sucesso alemão e drama sul-africano

Gustavo Franceschini
Em São Paulo

COMPARE A ORGANIZAÇÃO DOS PAÍSES

País-sede Situação dos estádios
Alemanha 2006 Três prontos antes de 2002, oito começaram ainda em 2002 e apenas um em 2003.
África do Sul
2010
Dois começaram em 2006, quatro em 2007 e quatro fizeram poucos ajustes entre 2008 e 2009.
Brasil
2014
Todos têm previsão de início para 3 de maio, mas alguns sequer concluíram a licitação. Leia mais

O Brasil está adiantado no planejamento de estádios para a Copa em relação à África do Sul, mas ainda assim tem de estar alerta. Os constantes atrasos deixam o país, no momento, entre o sucesso do planejamento alemão e o drama vivido pelos atuais anfitriões do Mundial.

O cronograma brasileiro atual tem o dia 3 de maio como limite atual de início de obras. Poucas cidades-sede, porém, estão suficientemente preparadas para o pontapé inicial, sendo que algumas sequer concluíram seus processos licitatórios principais.

Em 2006, quando estava a quatro anos de receber o Mundial (mesma distância atual do Brasil para 2014), a África do Sul não tinha nada fora do papel. Naquele momento, somente o antigo Durban Stadium tinha sido demolido, e o Soccer City começaria as obras em marcha lenta no segundo semestre.

BRASIL JÁ PERDE DA ÁFRICA NA PREVISÃO DE CUSTOS

Se ainda tem chances de organizar a Copa do Mundo com menos pressa que os africanos, o Brasil deve perder em relação ao orçamento. Os atuais anfitriões gastaram US$ 2 bilhões (R$ 3,4 bilhões) em dez estádios, contra R$ 5,07 bilhões previstos hoje para a organização verde-amarela.

Em média, cada estádio da África do Sul consumiu R$ 340 milhões, enquanto os brasileiros têm previsão de R$ 420 milhões. A conta para 2014, porém, ainda pode aumentar por conta de atrasos e revisões de planos até a conclusão das obras nos locais.

A grande maioria das praças esportivas só começou a ser erguida em 2007, casos dos estádios de Port Elizabeth, Cidade do Cabo, Nelspruit e Polokwane. Outros, como os de Pretoria, Bloemfontein e Rustemburgo, sofreram adaptações menores, concluídas entre 2008 e 2009.

O Brasil ainda pode, portanto, terminar suas obras com mais tranquilidade que a África do Sul, que sofreu muitas pressões da Fifa pelos sucessivos atrasos. A organização verde-amarela, no entanto, já está atrás da Alemanha, que fez uma das Copas mais elogiadas da história em 2006.

Em 2002, quando ainda tinha quatro anos de preparação pela frente, os germânicos já tinham três estádios prontos, enquanto quase todos os restantes já estavam sendo erguidos. A exceção à regra é a AWD-Arena, de Hannover, que previa poucas alterações e as concluiu entre 2003 e 2005.

Os alemães ainda levavam vantagem quanto à qualidade da estrutura já existente. Ao contrário dos estádios brasileiros, muito criticados por especialistas, os europeus estavam mais próximos do padrão exigido pela Fifa. Mesmo com menos mudanças em vista, a organização foi mais ágil na hora de colocá-las em prática, preocupando-se apenas com questões estruturais na reta final.
 

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