Implosão do estádio Mané Garrincha, que deve ser pago em parte com a venda do terreno no centro
A Justiça de Brasília liberou a venda do terreno no centro da capital que deve pagar parte da obra do Mané Garrincha, estádio que receberá a Copa do Mundo, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A operação, que deve ampliar a rede hoteleira local e render até R$ 745 milhões, é vista como fundamental para o projeto do Distrito Federal para a Copa do Mundo de 2014.
“Resolvemos a ampliação do setor hoteleiro e, ao mesmo tempo, os recursos para a construção do estádio”, disse Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, à publicação.
O terreno em questão está situado no centro de Brasília e é considerado extremamente valioso. A ideia dos políticos é vender o local para que ali sejam construídos hoteis, que aumentariam as chances da capital receber o jogo de abertura da Copa do Mundo, que exige um número de leitos maior que o normal. O valor arrecadado na operação, ao mesmo tempo, seria investido no pagamento do Mané Garrincha.
O problema é que o projeto poderia ferir o tombamento histórico de Brasília. O estudo feito pela Terracap (empresa que coordena os espaços na cidade) apontou que prédios de até 65 metros seriam construídos.
O Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (Iphan) teria considerado o projeto medíocre, pedindo mais “ousadia” dos envolvidos. Segundo O Estado de S. Paulo, na última terça-feira a Justiça de Brasília autorizou os estudos, abrindo caminho para que a estratégia do governo local saia do papel.