Empresa Multi Horta Alimentos se prepara para funcionar em 4 turnos durante a Copa
Embora atuem em setores diferentes, os empresários mineiros Cláudio Teixeira e Leonardo Neves traçam metas parecidas para os próximos anos.: a expansão de seus empreendimentos em torno da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. A favor de ambos, está o fato de a capital mineira apresentar o maior volume de oportunidades de negócios entre as 12 cidades-sedes do Mundial.
SETOR | Nº DE OPORTUNIDADES IDENTIFICADAS |
Construção civil | 103 |
Turismo | 94 |
Produção associada ao turismo | 90 |
Tecnologia da Infomação | 89 |
Agronegócios | 88 |
Comércio varejista | 84 |
Têxtil e vestuário | 60 |
Serviços | 60 |
Madeira e móveis | 31 |
“Do final de 2012 até 2016, acho que o Brasil vai ter grandes oportunidades (de negócios), com a Copa das Confederações, a Copa e Olimpíadas. Isso porque o Brasil ficará em evidência”, observou Cláudio Teixeira, um dos sócios da empresa Multi Horta Alimentos Ltda., que atua no setor de agronegócios.
Há quatro anos e meio no mercado, a empresa fornece frutas, legumes e verduras a hotéis, restaurantes e bufês de Belo Horizonte e Região Metropolitana. São distribuídas diariamente quatro toneladas de produtos entre segunda-feira e sábado.
Segundo Cláudio Teixeira, a partir de 2012 será possível perceber o aumento da demanda do setor, que crescerá ainda mais em 2014 com a aproximação da Copa. Isso, de acordo com o empresário, exigirá que as empresas estejam preparadas para aproveitar as oportunidades. “Estamos nos estruturando para atender essa demanda, tanto no aspecto estrutural quando no aspecto de alimentos seguros”, afirmou.
A realização do Mundial no Brasil fez a Multi Horta Alimentos acelerar seu planejamento, especificamente a certificação junto ao Programa Alimentos Seguros (PAS), de responsabilidade do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG). “A Copa de 2014 foi uma motivação para anteciparmos esse projeto”, disse Cláudio Teixeira. Serão investidos ao todo quase R$ 2 milhões no projeto, que foi iniciado há um ano e tem previsão de ser concluído em 2012. A empresa se prepara para atuar em quatro turnos durante a Copa e, para isso, aumentará o número de funcionários.
De olho em oportunidades que se abrirão com a realização da Copa, principalmente no crescimento do turismo no Brasil, Leonardo Neves e seu sócio, Fernando Juste, que atuam na área de tecnologia da informação, lançam no mercado, no início de 2012, um produto destinado a hotéis e pousadas, com a meta de oferecer qualidade e custo baixo aos futuros clientes.
“A Copa possibilita que o mercado de turismo cresça e, consequentemente, o nosso produto tenha terreno mais fértil para poder crescer também”, disse Leonardo Neves. Segundo ele, dados do Ministério do Turismo apontam crescimento de 50% do setor até 2014.
“A gente acredita que o Brasil ficará mais em evidência com a Copa, e com isso as pessoas do mundo inteiro vão ter interesse em conhecer o Brasil”, ressaltou o empresário, que abriu há cinco anos, em sociedade com Fernando, a JN2 Agência Interativa Ltda., especializada, entre outros serviços, no desenvolvimentos de sites e lojas virtuais.
Com o objetivo de expandir o negócio, os empresários desenvolvem, há seis meses, um software destinado, principalmente, a pequenas e médias empresas do setor hoteleiro. Embora a tecnologia não seja novidade no mercado, Leonardo Neves disse que o novo produto tem como diferencial o custo acessível por ser oferecido em escala. “Ele facilita o procedimento de reserva on-line e de comunicação com o cliente”, disse.
Futebol é negócio
A atuação dos empresários está em sintonia com o Mapeamento das Oportunidades de Negócios da Copa 2014 para micro e pequenas empresas, desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas a pedido do Sebrae. O levantamento apontou 699 oportunidades de negócios, em nove setores, para o segmento em Belo Horizonte e Região Metropolitana.
O evento que vai marcar os mil dias que faltam para a Copa do Mundo de 2014, que será realizado na próxima sexta-feira, em Belo Horizonte (MG), está orçado em R$ 650 mil e será pago com recursos públicos da prefeitura e do governo de Minas Gerais. A informação é da Secopa-MG (Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo), que ressalva que "parceiros privados" também ajudarão a pagar a conta, embora não especifiquem com qual quantia.
Dentre esses setores, a construção civil destacou-se ao apresentar o maior número (103) de oportunidades negócios, que vão desde o fornecimento de matéria-prima e equipamentos á prestação de serviços. Os outros são tecnologia da informação (89), madeira e móveis (31), têxtil e vestuário (60), turismo (94), produção associada ao turismo (90), comércio varejista (84), agronegócios (88) e serviços (60).
Segundo Rubens Barbosa Costa, sócio da Blojaf Ltda., fabricante de blocos de concreto e lajes pré-moldadas, localizada em Contagem, na Grande BH, o setor de construção civil, que tem crescido nos últimos anos, ganha mais impulso com o advento da Copa do Mundo. O empresário estima crescimento de 30% de sua empresa no mercado até 2014.
Belo Horizonte sobressaiu-se entre as 12 cidades-sedes da Copa-2014 – as outras 11 são Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Recife, Coritiba, Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Manaus e Natal – como a que mais apresentou oportunidades de negócios. A pesquisa mapeou 929 atividades no País, das quais 75% podem ser exploradas na capital mineira e Grande BH.
O Sebrae-MG investirá R$ 3 milhões, com recursos repassados pelo Sebrae nacional, no desenvolvimento de ações destinadas a um universo de mais de 500 micro e pequenas empresas de Belo Horizonte e região. O objetivo é aumentar faturamento e competitividade e melhorar qualidade de produtos e serviços.
“O grande legado que o Sebrae enxerga nesses eventos internacionais é que a empresa consiga mudar de patamar, que ela melhore sua performance e seja capaz de competir até mesmo no mercado internacional”, observou a analista do Sebrae-MG, Mônica Stela de Alencar Castro, responsável pelo Programa Sebrae 2014.
“Aquelas empresas que souberem aproveitar isso, antes, durante e, principalmente, no pós-Copa, é uma grande oportunidade de melhorar no mercado”, acrescentou.
De acordo com Mônica Alencar, o objetivo final do Programa Sebrae 2014 é a realização de negócios e a expansão das empresas no mercado. “Para nós, futebol é negócio. Mesmo que sejamos torcedores, para nós é negócio”, ressaltou a analista do Sebrae-MG.
Sem esquecer o lado torcedor, Cláudio Teixeira faz coro com Mônica Alencar quando o assunto é oportunidade de negócios. “A gente tem de ter essa consciência de que nem tudo é festa”, afirmou o empresário.