Jerôme Valcke e Ricardo Teixeira pediram pressa nos preparativos para o Mundial
08/11/2011 - 13h43
Para secretário da Fifa, trânsito de SP é "um pesadelo" e "chegar ao aeroporto leva meio dia"
Do UOL Esporte* Em São Paulo
O secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, aproveitou sua ida ao Congresso Nacional nesta terça-feira para discutir a Lei Geral da Copa com os parlamentares para tecer críticas ao ritmo da preparação brasileira para a Copa do Mundo de 2014 e às condições de mobilidade urbana de algumas cidades que serão sede do torneio, principalmente São Paulo.
"Dirigir em São Paulo, ir de um lado a outro, é um pesadelo. Sair do aeroporto (Internacional de Guarulhos) leva meio dia. Isso não poderá ocorrer durante a Copa", disparou o cartola.
Para o secretário-geral, os atrasos em algumas obras já estão no limite. "Estamos atrasados, não podemos perder um dia mais", disse, antes de destacar que a Copa das Confederações, que ocorrerá em junho de 2013, será um teste, mas em caso de se encontrar muitos problemas, o tempo para resolvê-los não será suficiente. "A Copa das Confederações será, sem nenhuma dúvida, um grande teste para todos. Mas será tarde demais para fazer qualquer mudança fundamental, por isso é importante planejar desde já e acelerar os trabalhos", defendeu Valcke.
Também presente no encontro, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, foi sucinto. Disse apenas que a livre entrada de funcionários da Fifa no Brasil e as isenções fiscais aos patrocinadores da entidade “não fazem parte de uma discussão ideológica ou de soberania, mas sim de flexibilidade para um evento global e único”.
Vários deputados criticaram a Fifa e a CBF exatamente por isso nas últimas semanas. Com a expressão fechada por quase duas horas, Teixeira cobrou os parlamentares para acelerarem a aprovação da Lei Geral da Copa. “A democracia é saudável, mas o tempo não está mais ao nosso lado. O Brasil tem um compromisso com a Fifa e agora tem o dever de fazer uma Copa inesquecível”, afirmou.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou que espera votar a legislação ainda neste ano. Ele receberá os dirigentes ainda nesta tarde. Valcke pediu colaboração do meio político e rejeitou as acusações de que a Fifa está aumentando suas exigências em relação ao Brasil. “Nunca exigimos garantias suplementares às pedidas ao presidente Lula. Não mudamos nada, nem uma palavra”, disse. "Nós decidimos viabilizar que as equipes viajem pelo Brasil, ao contrário do que aconteceu na África do Sul. Não damos declarações pelo prazer de dar declarações. Viajar no Brasil não é fácil.”