Topo

Rússia

Russos aprendem a torcer e ajudam país da Copa a eliminar campeão mundial

Russo Artem Dzyuba comemora o gol na partida contra a Espanha - Xinhua/Wu Zhuang
Russo Artem Dzyuba comemora o gol na partida contra a Espanha Imagem: Xinhua/Wu Zhuang

Luiza Oliveira

Do UOL, em Moscou (Rússia)

01/07/2018 14h10

O jogo foi chato, deu sono e todo mundo reclamou. Mas virou um drama russo com a disputa nos pênaltis sob chuva e um estádio Luzhniki lotado. A Rússia, o anfitrião patinho feio que não passaria nem da primeira rodada, bateu a Espanha campeã do mundo e levou a sua torcida à loucura.

- Veja os gols da partida entre Rússia e Espanha

O estádio em Moscou parecia não acreditar no resultado. Jogadores choram no gramado. Nas arquibancadas cada um reagia de um jeito. Tinha gente parada, incrédula e sem reação. Outros gritavam e dançam. E todos, sem exceção, gritavam “Rússia, Rússia”.

Era, também, hora de balançar as bandeiras e saudar os heróis que voltaram ao centro do gramado para agradecer a torcida e carregar uma bandeira como forma de agradecimento. No centro, os jogadores se reuniam, pulavam e acompanhavam o ritmo das arquibancadas.

Todos celebrando as voltas que o mundo dá em pouco mais de 120 minutos. No início do jogo, a esperança era pequena e quase tudo estava contra a Rússia. Uma campeã do mudo estava do outro lado e, logo no início do jogo, um gol contra de Ignashevich colocava os anfitriões em desvantagem. Parecia o fim. Honroso, mas o fim.

Torcida da Rússia no estádio Luzhniki, em Moscou, na vitória sobre a Espanha - Mike Hewitt - FIFA/FIFA via Getty Images - Mike Hewitt - FIFA/FIFA via Getty Images
Imagem: Mike Hewitt - FIFA/FIFA via Getty Images

Mas a Rússia foi valente e suportou o total domínio do adversário – mais ou menos com a famosa resistência de seus antepassados na Segunda Guerra. Viu a Espanha ter 70% de posse de bola e trocar mais de mil passes, como já é característico. O time da casa foi paciente e contou com o gigante Dzyuba, de 1,94m, para marcar de pênalti e fazer o seu terceiro gol no Mundial.

Como a situação estava difícil, jogadores e o técnico Stanislav Cherchesov pediram uma ajudinha para a torcida. “Vamos lá, gritem, nos ajudem”. Eles fizeram a sua parte. Mesmo não tendo muita intimidade com futebol, deram apoio ao time. Ainda no primeiro tempo, mesmo após o balde de água que Sergio Ramos, o público empurrou com o seu “Rússia, Rússia”.

A bela jogada de Golovin, aos 35 minutos, colocou os russos de volta ao jogo. Ele driblou, tocou, recebeu de novo e bateu colocado.  A torcida sentia que o lance havia sido um ponto chave. Pouco depois, Piqué colocou a mão na área e fez pênalti. O gol levantou a torcida. Fim do primeiro tempo. Torcedores se levantam no estádio e aplaudem a atuação do time.

No segundo tempo, a torcida acabou contagiada pelo desânimo da partida, mas deu força nos minutos finais e até arranjou um jeito de torcer diferente. Se não teve criatividade, mostrou bom humor: imitou a torcida da Islândia com seu tradicional thunderclap.

Quando chegou a prorrogação, e o gostinho da classificação ficava mais forte, ela explodiu. Desde o início, gritaram ‘Rússia’. Nos minutos finais, esqueceram a personalidade fria e botaram a emoção para fora. Cada defesa do goleiro parecia um gol. E assim foi até os pênaltis e o final feliz para o país da Copa.

Rússia