Inglaterra vai à semi com time formado por atletas desacostumados a títulos
As principais estrelas da seleção inglesa nesta Copa do Mundo podem nem estar tão acostumadas com o sucesso. Mais do que isso, Pickford, Kane e Trippier, três dos maiores destaques da competição, sequer jogam por clubes que tenham conquistado a Premier League (criada em 1992). E são eles que conduzem um semifinalista do torneio mais importante do esporte.
O trio retrata bem a cara do time comandado por Gareth Southgate. Desacreditada e apontada, no máximo, como o segundo escalão de favoritos do torneio, a Inglaterra chega nesta quarta-feira, diante da Croácia, brigando para voltar a fazer uma final de Copa, fato considerado improvável nas prévias.
Na Europa, havia consenso de que o time não passaria vergonha, mas que ainda precisava melhorar bastante para se juntar à elite. Nem mesmo os ingleses apostavam no seu time. Vicente Del Bosque, conceituado treinador espanhol e campeão da Copa de 2010, por exemplo, deu entrevista dias antes do pontapé inicial para afirmar que os ingleses não acompanharam a evolução tática das demais seleções.
Pickford é do Everton - clube que não conquista o torneio nacional desde 1987 -, tem 24 anos, e nunca teve um título expressivo. Trippier tem 27 anos, atua pelo Tottenham, e seu maior título no futebol foi conquistado há 10 anos, nas categorias de base. Kane é seu companheiro de equipe e é o mais badalado deles, mas, ainda assim, está longe de ter um currículo invejável.
Sua maior conquista coletiva foi ser vice-campeão da Copa da Liga Inglesa. Individualmente, suas marcas melhoram: com passagens na seleção desde o sub-17, foi eleito o melhor do seu país em 2017. Nesta mesma temporada, desbancou Messi e Cristiano Ronaldo como goleador da Europa.
Dos titulares contra a Suécia, nas quartas de final, apenas quatro já foram campeões da Premier League: Stones, Walker e Sterling, que conseguiram o feito apenas nesta temporada, com o City, e Young, que já levantou o troféu com o United em 2012/13.
O efeito é resultado das muitas libras investidas pelos ingleses para a montagem de seus principais times. O Manchester United tem como estrelas nomes como Pogba, da França, Lukaku, da Bélgica, e De Gea, da Espanha.
O Chelsea tem Hazard e Courtois, da Bélgica, William, do Brasil, e Giroud e Kanté, da França. Na mesma linha, o Manchester City tem Kevin de Bruyne, da Bélgica, Sané, da Alemanha, Gabriel Jesus, do Brasil, e Aguero, da Argentina.
O que resta para times como o Tottenham, campeão inglês apenas duas vezes, sendo que a última delas foi em 1960/61, é apostar nas categorias de base e nomes do futebol internacional que ainda não despontaram. Como não tem o mesmo potencial financeiro que City, United e Chelsea para investir, o Hotspurs revela atletas e é o time que mais cede atletas para a seleção, com cinco.
Para base de comparação, outras seleções europeias são fornecedoras dos atletas que disputam a Copa. A Espanha, por exemplo, tem nomes como Sergio Ramos, Piqué, Iniesta, Isco, Carvajal, Alba, Koke e Diego Costa atuam no Espanhol. Na Alemanha, Neuer, Muller, Reus, Boateng, Hummels e Gómez são exemplos dos que atuam “em casa”.
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