Fala de presidente da Fifa sobre 'gays e deficientes' causa revolta
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Gianni Infantino, presidente da Fifa, concedeu entrevista hoje na véspera da estreia da Copa do Mundo do Qatar. O dirigente fez um longo discurso que ultrapassou 45 minutos e um dos trechos causou revolta em muitas pessoas.
"Eu me sinto qatari, árabe, africano, gay, com deficiência... eu sinto tudo isso. Quando eu vejo essas coisas e o que dizem, eu lembro de histórias pessoais. Meus pais trabalharam em situações muito difíceis e não no Qatar, mas na Suíça, e eu me lembro muito bem o que acontecia com os passaportes, com os exames médicos e condições em geral. Quando eu vim para Doha eu entendi que tinham coisas a melhorar, e hoje eu posso dizer que o Qatar também evoluiu nisso", declarou o dirigente ao lembrar o bullying que sofreu na infância por ser ruivo.
"Claro eu não sou qatari, árabe, gay, africano, deficiente, não sou um trabalhador, mas eu me sinto como eles. Porque eu sei como é ser discriminado, como é sofrer bullying, como é ser estrangeiro. Eu quando era criança na escola sofria por ter cabelo vermelho, por ser italiano e não falar bem alemão. E o que você faz? Você olha para baixo, chora, e aí você tenta fazer amigos, tenta falar e se envolver, tenta com esses amigos se engajar. Você não xinga, não briga, você tenta se enturmar. E isso é o que a gente tem que fazer", acrescentou.
No fim da coletiva de imprensa, Bryan Swanson, diretor de relações com a imprensa da Fifa, encerrou o discurso de Infantino se declarando gay para dizer que a entidade onde trabalha é inclusiva e se preocupa com as pessoas de todas as orientações sexuais.
Muitos jornalistas e fãs de futebol usaram suas redes sociais para ironizar e condenar a fala do mandatário — que se comparou a gays e pessoas com deficiência.
Veja a repercussão nas redes sociais:
"Esforço excepcional de Gianni Infantino para ver quantas coisas absurdas, prejudiciais, enganosas, desequilibradas e totalmente desrespeitosas ele consegue encaixar em uma mensagem. Repulsivo. Perigoso. Danoso. No entanto, este é um homem sendo reeleito como chefe da FIFA sem oposição", escreveu Melisse Reddy, repórter sul-africana da Sky Sports.
"É uma pena para o Qatar que Infantino esteja fazendo esse discurso. Ele é o pior embaixador possível para o país deles", tweetou Adam Crafton, repórter do site The Athletic.
"O monólogo louco de Gianni Infantino fez o Rei Lear parecer equilibrado. Ou ninguém próximo ao presidente da Fifa o questiona ou lhe dá bons conselhos - ou ele simplesmente não escuta. Ele está vivendo em uma bolha, se transformando em Blatter, envergonhando a si mesmo e ao jogo", escreveu Henry Winter, do The Times.
- Direto de Doha, capital do Qatar, o UOL News Copa traz notícias sobre a preparação e viagem da Seleção Brasileira, a escalação ofensiva de Tite, o adversário do Brasil na estreia, a festa de abertura e mais! Confira:
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