Homem de R$ 450 milhões pode fazer França superar ausência de estrelas
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A bruxa está à solta na Copa do Mundo do Qatar, com alguns dos favoritos sofrendo com desfalques importantes por lesões. E, sem dúvidas, a França é a equipe que mais sentiu o baque, com os cortes de dois titulares absolutos campeões na Rússia: Kanté e Pogba.
Mas a atual geração francesa é talentosa e tem em um dos jovens convocados para o Qatar características para suprir a ausência não apenas de um, mas de ambos os desfalques. É o caso do volante Aurélien Tchouaméni, um dos grandes reforços do Real Madrid para a temporada.
Com apenas 22 anos, o jogador foi comprado por 80 milhões de euros (R$ 450 milhões) em junho deste ano. Inicialmente, parecia que chegaria para dar descanso a Casemiro, que aos 30 anos, já completava nove temporadas no clube, com 18 títulos nas costas.
Mas a saída do volante brasileiro fez com que Tchouaméni conquistasse logo a titularidade absoluta da equipe. "Já é uma peça indiscutível para Ancelotti", destacou reportagem do jornal espanhol Marca em outubro, na véspera do clássico contra o Barcelona.
Dias antes, no dérbi contra o Atlético de Madrid, o francês foi um dos melhores em campo, no que foi destaque na imprensa local como sua "primeira grande noite" com a camisa do Real. Aos 22 anos e com poucos meses de clube, fez a torcida esquecer rápido o ídolo Casemiro, com cinco títulos de Liga dos Campeões nas costas.
Definido como "um colosso", "novo garoto de ouro" e "um monstro defensivo" pelos jornais locais, Tchouaméni já defendeu o Real Madrid em 18 partidas na temporada, com 1291 minutos em campo e duas assistências.
O seu forte é tomar conta do meio de campo: em média, são cerca de 8 roubadas de bola por partida na atual edição do Campeonato Espanhol, o que o deixa entre os líderes do quesito na competição.
A capacidade atlética brutal lhe dá bastante controle nas horas que precisa entrar em choques corporais, especialmente em situações de duelo um contra um. Assim, ele se arrisca em cerca de 13 divididas por jogo com a camisa do Real Madrid, vencendo a maioria.
Com 1,80m de altura, o francês também é dominante nas disputas de bola em jogo aéreo, especialmente no meio do campo, com uma média de 4 por jogo no Espanhol, e sucesso de 78,6%.
De acordo com o jornalista Thymothé Pinon, dos periódicos L'Équipe e France Football, não é fácil definir o estilo de jogo de Tchouaméni. "É muito seguro, maduro e com uma grande compreensão do jogo. Sabe ler as situações e quando ir para frente. Sem a bola é um jogador top, porque pode jogar com alguém ao seu lado de volante e também agir como um camisa 5".
Contra o Betis, pelo Campeonato Espanhol, por exemplo, Tchouaméni atuou dessa forma, ao lado de Camaving e Modric, e teve uma "atuação colossal", como definiu a imprensa de Madri. Ganhou 10 de 10 duelos na partida e dominou as ações no meio de campo.
O meia do Real Madrid também pode ser definido como uma mistura de Kanté sem a bola e Pogba com ela, como o mesmo já disse em entrevistas pela seleção francesa. "Tento ver o que fazem e me inspirar em suas características mais fortes", disse o jogador no ano passado.
Tchouameni não é um camisa 5 clássico, mas sabe desempenhar esse papel com classe, e também atuar mais solto, interceptando jogadas dos adversários e lançando as bolas ao ataque, função que se sente mais à vontade.
Dono da camisa 9 no time da França, o volante atua pela seleção de seu país desde os 15 anos de idade, completando todo o ciclo das categorias de base nacionais. E vive o sonho do pai, Fernand, que não conseguiu ser atleta profissional e trabalha como farmacêutico.
Tchouaméni é mais velho de três irmãos de origem camaronesa nascidos em Rouen, noroeste da França. De classe média, o futuro jogador teve infância tranquila, com passagem positiva pelos colégios, participações em equipes de judô e, claro, futebol. Aos 11 anos, foi convidado para uma peneira no Bordeaux e acabou aprovado.
Foram sete anos nas categorias de base do clube, com convocações para os times juvenis da França. Em 2019, após um ano como profissional, virou titular do meio de campo do Bordeaux, como segundo volante, ao lado do brasileiro Otávio. Foram mais de 30 jogos até ser comprado pelo Mônaco, em janeiro de 2020, como a maior contratação daquela janela francesa.
Não demorou para virar titular absoluto em sua melhor temporada da carreira, chegando ao time principal da França em setembro do ano passado. Na final da Nations League, contra a Espanha, ganhou a titularidade quando Rabiot testou positivo para a Covid.
A partir daí, foi um passo para Tchouaméni chegar à Copa do Mundo do Qatar, onde agora tem a responsabilidade de dominar um meio de campo que sente a falta das estrelas Kanté e Pogba, campeões em 2018 na Rússia.
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