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Por que as famílias terão menos espaço no cotidiano da seleção na Copa 2022

O atacante Neymar com o filho, Davi Lucca, no último treino da seleção brasileira em Sochi - AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA
O atacante Neymar com o filho, Davi Lucca, no último treino da seleção brasileira em Sochi Imagem: AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA

Do UOL, em Turim (ITA) e Doha (QAT)

19/11/2022 04h00

Classificação e Jogos

Em Sochi, na Rússia, quatro anos atrás, a cena era comum em dias de folga: jogadores da seleção chegavam ao hotel em que a maioria dos familiares da delegação estava hospedada. Tinha quem fosse almoçar ou jantar no restaurante em frente, outros passavam a tarde no quarto ou desciam para um banho de mar. Os parentes estavam quase todos concentrados no mesmo hotel —teve dia que rolou churrasco. No Qatar, essa relação será diferente, segundo o planejamento da CBF para a Copa do Mundo de 2022.

A ideia da diretoria de seleções não vai ser isolar completamente as famílias do time brasileiro —o período de treinos em Turim, na Itália, já mostrou isso. Mas a rotina durante a Copa deve trazer um contato mais escasso e pontual.

Houve uma conversa entre os membros da comissão técnica e o coordenador Juninho Paulista, que também acionou seu antecessor, Edu Gaspar, para ver como foi a experiência na Rússia. A avaliação foi de que seria possível melhorar a estratégia. E isso se deu, como ponto de partida, com a CBF não se responsabilizando pelos pacotes de hospedagem e traslado dos familiares dos jogadores.

Para o Qatar, o máximo que a CBF fez foi mostrar aos familiares um pacote negociado por uma empresa de turismo e não contratado diretamente pela entidade.

Isso abriu uma série de variáveis para as famílias. Parte dos parentes de Marquinhos, por exemplo, vai alugar uma casa —a mulher dele, Carol Cabrino, optou por um hotel para ficar com os filhos. A mesma estratégia da casa foi adotada pelos familiares de Paquetá. Já a esposa de Bruno Guimarães, Ana Lídia, está com bebê recém-nascido e só programou viagem para assistir ao segundo jogo, contra a Suíça, e uma eventual final.

A família de Neymar, tradicionalmente muito participativa em todos os passos de sua carreira —em 2018 se hospedou no hotel da seleção— não quis confirmar à reportagem os detalhes logísticos. Duas fontes ouvidas afirmaram ao UOL que o estafe do camisa 10 estudava permanecer em Dubai, nos Emirados Árabes, a cerca de uma hora de vôo de Doha, palco dos jogos da Copa.

Ana foi uma das mulheres de jogador que esteve em Turim, acompanhando os treinos durante a semana. O ambiente da seleção também teve Helen Telles, irmã de Alex Telles, e os pais de Rodrygo, para citar alguns exemplos.

No Qatar, a CBF preparou uma área de convivência para os jogadores e seus convidados dentro do complexo do estádio Grand Hamad, que servirá de centro de treinamentos para o Brasil. Os encontros devem acontecer pontualmente após alguns treinos. Não há previsão de contato no hotel que abrigará a seleção: The Westin Doha.

Em Sochi, quatro anos atrás, familiares conseguiram se hospedar no mesmo hotel que a seleção brasileira —o pai de Neymar foi um deles. A proximidade entre campo e hotel facilitava o contato depois das atividades.

No geral, a comissão técnica quer que os jogadores se concentrem menos no extracampo para manterem o foco na campanha ao longo da Copa. Há o entendimento que questões familiares e eventuais perrengues tirem a concentração deles. Pelo intervalo relativamente curto entre partidas, as folgas devem ser bem mais escassas ao longo da estadia no Qatar, em comparação com a Rússia. Geralmente, havia tempo livre para os atletas nos dias pós-jogos.

  • Direto de Doha, capital do Qatar, o UOL News Copa traz notícias sobre a preparação e viagem da Seleção Brasileira, a escalação ofensiva de Tite, o adversário do Brasil na estreia, a festa de abertura e mais! Confira:

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