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França quer superar problemas e quebrar 'maldição' do atual campeão na Copa

Do UOL, em São Paulo

22/11/2022 04h00

Classificação e Jogos

A seleção francesa estreia na Copa do Mundo hoje (22), às 16h, contra a Austrália. A equipe de Didier Deschamps chega ao Qatar como atual detentora do troféu, após vencer a edição de 2018 na Rússia. Apesar de contar com craques experientes no torneio, a França lida com sucessivos problemas físicos e uma 'maldição' que atingiu os últimos campeões do planeta.

Desde o Brasil em 1962, nenhuma equipe que defendia o título conquistou o bicampeonato. Nas edições recentes do Mundial, a taça deu lugar ao vexame. Os últimos três campeões - Alemanha, Espanha e Itália - foram eliminados na fase de grupos do torneio.

França 'amaldiçoada' antes da estreia

O elenco francês é o que mais sofreu alterações para a Copa de 2022 por causa de lesões. Com ausências confirmadas antes do Mundial e três mudanças depois do anúncio da lista, os problemas físicos viraram uma dor de cabeça para Didier Deschamps.

Dois meio-campistas titulares na campanha de 2018 não foram ao Qatar devido a contusões. N'Golo Kanté, do Chelsea, passou por cirurgia nos tendões e só volta à ação em 2023. E Paul Pogba, da Juventus, sofreu lesão muscular após meses tentando se recuperar de cirurgia no joelho. Cotado como substituto para os volantes, Boubacar Kamara, do Aston Villa, rompeu ligamento em setembro.

Os problemas na seleção francesa continuaram. Antes de viajar ao Qatar, Didier Deschamps precisou alterar sua convocação. Horas antes de o elenco se reunir em Paris, Presnel Kimpembe foi cortado. O zagueiro não se recuperou totalmente de lesão. No último dia antes do embarque a Doha, nova baixa: Christopher Nkunku rompeu ligamento do joelho.

Após desembarcar no Qatar, a situação que já era ruim se tornou dramática. Karim Benzema, atual vencedor da Bola de Ouro, machucou o quadríceps da coxa esquerda e não disputará o Mundial. Nenhum atleta foi convocado para seu lugar.

Além dos cortados, outros atletas não têm condições físicas ideais. Eduardo Camavinga e Raphael Varane já perderam treinos. Segundo Didier Deschamps, as ausências nas atividades não geram preocupação.

Europeus sofrem para defender a taça

Marco Reus lamenta eliminação da Alemanha após a partida diante da Coreia do Sul na Copa de 2018. - AFP PHOTO / Luis Acosta - AFP PHOTO / Luis Acosta
Marco Reus lamenta eliminação da Alemanha após a partida diante da Coreia do Sul na Copa de 2018.
Imagem: AFP PHOTO / Luis Acosta

Em 2018, a Alemanha chegou como forte candidata ao título. Os principais nomes da base campeã permaneceram. Neuer, Hümmels, Kroos, Khedira, Özil e Müller foram titulares em 2014 e integraram a delegação alemã quatro anos depois. O ciclo pré-Rússia foi positivo: 100% de aproveitamento nas Eliminatórias para o Mundial e título da Copa das Confederações. Tudo indicava que o time treinado por Joachim Löw iria longe no torneio. As altas expectativas só tornaram a queda ainda mais chocante.

A Alemanha foi eliminada na fase inicial do torneio pela primeira vez na história. Não apenas caiu: foi lanterna em grupo com México, Suécia e Coreia do Sul. Foram duas derrotas e uma vitória na campanha. Em jogo decisivo na última rodada, os alemães perderam por 2 a 0 para a equipe coreana. Após o fracasso, Mesut Özil se aposentou da seleção e Sami Khedira não voltou a ser convocado.

Quatro anos antes, foi a vez da Espanha decepcionar na Copa do Mundo. Casillas, Piqué, Sergio Ramos, Busquets, Xavi, Iniesta e David Villa estavam entre os veteranos que buscavam o bicampeonato consecutivo. Mas a geração já estava envelhecida. Nem o reforço de Diego Costa, brasileiro que se naturalizou espanhol às vésperas do torneio, ajudou La Roja no Brasil.

A estreia em 2014 foi contra a Holanda, adversária derrotada na decisão de 2010. Os laranjas conseguiram uma revanche em grande estilo: 5 a 1, fora o baile, na Fonte Nova. A Espanha não se recuperou da goleada sofrida e perdeu de novo na sequência, dessa vez para o Chile. La Roja já chegou à última rodada, contra a Austrália, sem chance de avançar ao mata-mata. Este foi o último torneio de Xavi com a camisa da seleção.

Em 2010, a Itália viveu na pele a "maldição". Campeã mundial em 2006, a Azzurra chegou à África do Sul com um elenco envelhecido. Nomes como Totti e Nesta já haviam se aposentado da seleção. Fabio Cannavaro, principal destaque na campanha do título, estava com 36 anos e longe de seu auge. Ainda assim, os italianos eram favoritos no Grupo F, que contava com Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia.

A Itália não apenas foi eliminada; saiu da África do Sul sem nenhuma vitória. A lesão de Gianluigi Buffon na primeira partida do Mundial afetou o desempenho da defesa. A Azzurra sofreu cinco gols nas três partidas que disputou, três a mais que em toda a campanha do título em 2006. Foram dois empates em 1 a 1, contra Paraguai e Nova Zelândia, e uma derrota por 3 a 2 contra a Eslováquia na rodada decisiva. O técnico Marcello Lippi foi demitido após a campanha.

França também já caiu na 'maldição'

Papa Bouba Diop, de Senegal, celebra gol contra a França na Copa do Mundo de 2002. - Neal Simpson - EMPICS/Getty Images - Neal Simpson - EMPICS/Getty Images
Papa Bouba Diop, de Senegal, celebra gol contra a França na Copa do Mundo de 2002.
Imagem: Neal Simpson - EMPICS/Getty Images

Na única Copa do Mundo em que a França chegou como detentora da taça, o país cedeu diante da 'maldição' do atual campeão. Os Bleus caíram em grupo complicado, sofreram com uma lesão importante e saíram do Mundial de 2002 sem nenhuma vitória.

A campanha do título em 1998 foi um momento histórico para o futebol francês. Levantar a taça pela primeira vez na história, em casa, com elenco cheio de craques, parecia apenas o início de uma dinastia. A geração de Zidane, Henry, Vieira, Thuram e Barthez conquistou a Eurocopa em 2000 e chegou à Copa do Mundo de 2002 como forte candidata ao bicampeonato. Os Bleus estavam no Grupo A, junto com Uruguai, Dinamarca e Senegal.

No entanto, o técnico Roger Lemerre não contou com seu principal craque. Zinédine Zidane sofreu ruptura no quadríceps em amistoso contra a Coreia do Sul, dias antes da estreia no Mundial. O meia desfalcou a França nas duas primeiras partidas e jogou no sacrifício na rodada final.

Sem Zidane, o estrago foi grande. A França perdeu para Senegal na estreia por 1 a 0, na estreia do país africano em Copas. Na rodada seguinte, mais um jogo decepcionante dos Bleus. Craque do time na ausência de Zidane, Henry foi expulso contra o Uruguai. O confronto terminou empatado em 1 a 1.

Zidane jogou com proteção na coxa na rodada final, contra a Dinamarca. O sacrifício do meia foi em vão. A França teve outra atuação fraca e perdeu por 2 a 0. Os atuais campeões do mundo saíram de Coreia do Sul e Japão na lanterna do Grupo A, com apenas um ponto.

20 anos depois, a França volta a um país asiático para defender o título mundial. Assim como em 2002, a Dinamarca está no grupo. Lesões voltam a assombrar os Bleus. Didier Deschamps e companhia esperam que dessa vez a 'maldição' não seja cumprida.

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