Messi sem rumo e Ronaldo sem clube roubam a cena da terça na Copa do Qatar
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A última Copa do Mundo dos dois melhores jogadores do século não será igual depois de uma terça-feira (22) de loucos, que contou com uma zebra que "matou" Lionel Messi e com um 'cartão vermelho diabólico' que mandou Cristiano Ronaldo simplesmente para o olho da rua (ou seria para o inferno, assim como os torcedores do Manchester United tanto dizem?).
Sem rumo e mirando o chão
O sol recém havia nascido no Brasil quando Lionel Messi correu para o abraço com os seus companheiros ao ver seu nome entrar para a história das Copas, ao lado de Pelé e Cristiano Ronaldo, como um dos únicos jogadores a marcar gols em quatro edições do Mundial. Logo depois, o gênio argentino olhou para o chão por todo o segundo tempo para não ver a primeira zebra da Copa do Mundo do Qatar dar as caras.
A ampla favorita Argentina saiu na frente em seu jogo de estreia, com Messi deixando o seu de pênalti, logo aos 10 minutos, mas levou a virada da Arábia Saudita e acabou nocauteada por 2 a 1, gols de Al Shehri e Al-Dawsari.
Nocaute não é força de expressão. Com a surpreendente derrota, a Argentina perdeu sua longa invencibilidade de 36 jogos — durava desde a derrota para o Brasil na semifinal da Copa América de 2019, em 2 de julho daquele ano.
Maior zebra da história
Ninguém acreditou. Afinal, a Argentina chegou ao duelo contra a Arábia Saudita com vitórias e títulos convincentes contra potências do naipe de Brasil e Itália. Terceira colocada do ranking da Fifa, a azul e branca buscava seu 37º jogo sem perder, para atingir a maior série invicta da história das seleções masculinas de futebol, e encarava uma mera turista do deserto, a Arábia figurante que ocupa apenas a 51ª colocação na mesma lista.
A derrocada de Messi e companhia entrou para a história também como a maior zebra dos Mundiais, de acordo com os números levantados por Demétrio Vecchioli, colunista do UOL.
'Estamos mortos'
Inigualáveis no drama que confere tons épicos às vitórias e derrotas, os argentinos acusaram o golpe. E ninguém menos que Messi, capitão à deriva, encarou os microfones para dar uma triste definição do que foi a sua terça-feira.
"Estamos mortos. É um golpe muito duro. Não queríamos estrear dessa maneira. Queríamos vencer, para dar tranquilidade. Esse momento é de focar na fortaleza, na união do grupo. É o momento de estarmos mais unidos do que nunca. Agora é passar tranquilidade. Foi um golpe muito duro, uma derrota dolorida. Temos de seguir confiando em nós. Vamos tentar ganhar do México para ver como fica [a situação no grupo]", disse, em tom pesado.
Ochoa dá uma mãozinha...
A aflição de Messi certamente diminuiu depois do chato 0 a 0 entre México e Polônia, que fechou a primeira rodada do Grupo C.
A ausência de gols esteve por um triz. Robert Lewandowski teve um pênalti defendido por Ochoa, que deu uma "mãozinha" a Messi e à Argentina ao permitir que suas outras rivais somassem apenas um ponto depois da rodada.
...e o United dá o vermelho a Ronaldo
Clássico adversário de Messi, e também em sua quinta e última Copa do Mundo da carreira, Cristiano Ronaldo foi para o olho da rua em plena Copa do Mundo. O Manchester United anunciou na tarde de hoje (22) por meio de uma nota oficial ,que o contrato com o português foi rescindido em comum acordo e com efeito imediato.
"O clube agradece a ele pela imensa contribuição durante duas passagens por Old Trafford", divulgou o United, mas com uma alfinetada (de leve) em CR7.
"Todos no Manchester United continuam focados em continuar a evolução do time sob Erik ten Hag e trabalhando juntos para ter sucesso em campo."
Caso pensado
Ronaldo marcou 145 gols em 346 jogos disputados pelo clube inglês. Nesta temporada, no entanto, foi titular apenas nove vezes nas 21 partidas que o United disputou. Ele tinha contrato vigente com os Diabos Vermelhos até julho, agora fica livre no mercado da bola para definir seu próximo passo no futebol.
O craque português estreia no Mundial do Qatar às 13 horas (de Brasília) desta quinta-feira (24), contra Gana, pelo Grupo H.
De acordo com o colunista do UOL Bruno Andrade, em Doha, Cristiano Ronaldo fez um pedido na semana passada aos seus representantes e advogados para começar a Copa como jogador livre: "Agora desempregado e, consequentemente, com a cabeça mais leve e limpa, o atacante de 37 anos acredita mais do que nunca que uma prestação de sucesso na Copa vai abrir novamente as portas na Europa", informou.
'Rei morto, rei posto'?
A Copa de 2018 terminou com a constante comparação entre o jovem campeão Mbappé e o Rei Pelé. E na estreia no Mundial de 2022, o francês saiu de campo com a cabeça erguida, contrastando com a derrocada dos seus veteranos antagonistas.
Cabeça erguida porque foi exatamente em um cabeceio seu que a França aniquilou de vez a Austrália. Seu gol pôs os Bleus em um calmo céu azul, sem chances à insistente Austrália.
No fim, a França segurou as patas do canguru, goleando por 4 a 1, de virada, no estádio Al Janoub. Mbappé teve companheiros à altura. Contou com dois gols também de Giroud, com a missão de substituir Karim Benzema, cortado da Copa por lesão e atual Bola de Ouro da revista France Football.
E Messi? Vai substituir o amargor da terça para voltar "a nadar no mar de doce de leite", como dizem os argentinos?
Qual será o novo destino de CR7? Para Portugal na Copa, será boa ou ruim sua saída do United?
O argentino gira, e o lusitano roda.
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