Primeiro último ato de Messi é ofuscado por outro 10: Salem Al-Dawsari
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Sozinho na frente de ataque. Fingiu que não era com ele. Quis passar despercebido. Tentou o famoso "dar de louco" diante da Arábia Saudita. Foi assim que Lionel Messi iniciou no Qatar o seu primeiro último ato na história dos Mundiais.
Achou mesmo que os sauditas, especialmente os defensores, caíssem na previsível armadilha. Impossível. Todos já sabiam da presença do craque no Lusail Stadium. Seu nome foi cantado constantemente antes do jogo. Sua imagem nos telões causou várias vezes calafrios e êxtase.
O capitão argentino precisou de apenas dois minutos para, de fato, se fazer notar. Pois é, como se fosse preciso. Foi o dono da primeira grande oportunidade de abrir o placar na partida, num chute rasteiro defendido pelo goleiro Al Owais. Passou perto.
O camisa 21 saudita voltaria a ficar frente com Messi aos dez minutos. Pênalti para a Argentina - assinalado pelo VAR. Com a categoria de sempre, o atacante só teve o trabalho de empurrar a bola para o lado esquerdo. O adversário já havia pulado para o direito.
Daí diante, o capitão hermano manteve a estratégia de ficar "escondido" entre os marcadores. Quando aparecia, aparecia com a pompa de costume. Uma caneta aqui, um gol anulado ali. Ainda no primeiro tempo, viu mais dois tentos impedidos: de Lautaro Martínez e também de Di María.
Messi voltou apagado do intervalo. Sim, desta vez para valer. Quase não tocou na bola nos primeiros lances. O mesmo aconteceu com toda a equipe da Argentina, na verdade. Momento perfeito então para o surgimento de outro atacante. Outro camisa 10: Salem Al-Dawsari.
O meia-atacante, que pertence ao Al Hilal, ditou o ritmo do confronto e levou heroicamente a Arábia Saudita nas costas. Acabou por fazer o que o ídolo rival encontrava dificuldades para fazer. Começou por abrir espaço para Saleh buscar o empate, aos 49 minutos.
Um verdadeiro banho de água fria nos argentinos. Sobretudo no camisa 10, que, assim como os seus companheiros, não acordou. Apagão. Melhor para Al-Dawsari. Pouquíssimo tempo depois, aos 53, marcou um golaço digno dos maiores de sempre. Digno, sim, de Lionel Messi.
A inesperada virada fez o estádio tremer. Os mais de 88 mil presentes não acreditaram naquilo que estavam a ver. Acreditavam, talvez, que o principal nome da Argentina fosse reaparecer para recolocar a sua seleção na frente.
Não, não aconteceu. Longe disso. Lionel Messi foi um mero cobrador de bolas paradas e, acima de tudo, coadjuvante especial numa tarde histórica pintada em verde e branco.
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