Copa do Qatar tem protesto político liberado com repressão só a LGBTQIA+
Classificação e Jogos
A Copa do Qatar tem sido tomada por protestos políticos nas arquibancadas, sem repressão da Fifa. É uma postura diferente de outros Mundiais em que a entidade vetava o tema. O ponto controverso da organização tem sido o uso de símbolos de apoio à causa LGBTQIA+ — esse, sim, alvo de repressão, segundo à Fifa, por falha de comunicação.
Em Inglaterra 6 x 2 Irã, a torcida iraniana tinha uma grande bandeira e camisas com o slogan "Women Life Free". Durante o hino, os jogadores deixaram de cantar e o público na arquibancada vaiou. Já em Dinamarca 0 x 0 Tunísia, a torcida africana usou cachecóis que diziam "Liberdade para a Palestina". Nos dois casos, a organização não agiu.
"Eu gostaria de dar minhas condolências para todas as família de luto no Irã. Nós queremos que eles saibam que estamos com eles e do lado deles e que dividimos sua dor", afirmou o capitão do Irã, Ehsan Hajsafi, antes do torneio. Foi uma senha para transformar o jogo do time em um marco de apoio ao movimento pela liberdade das mulheres no país persa.
Em Copas anteriores, protestos assim foram reprimidos. No Brasil, a equipe de segurança do Comitê Organizador mandava baixar bandeiras com slogans políticos. O mesmo ocorreu na Rússia. A Fifa deixava claro que esse tipo de manifestação na arquibancada era proibido.
O UOL questionou a Fifa se a posição da entidade mudou em relação aos outros Mundiais. Ainda não houve resposta.
Em comparação, itens relacionados à comunidade LGBTQIA+ tem causado problemas. Primeiro, o jornalista norte-americano Grant Wahl tentou entrar no estádio com uma camiseta com o símbolo do arco-íris e foi barrado. Ele acabou liberado logo depois, mas organização não conseguiu parar com a repressão. Em País de Gales 1 x 1 Estados Unidos, chapéus dos torcedores galeses, também com arco-íris, não passaram pela inspeção qatari.
As peças eram feitas pela federação de futebol do país. "A Federação de Futebol do País de Gales está extremamente desapontada pelos relatos de que membros de nossa torcida organizada, que incluía empregados da federação, foram abordados para tirar ou descartar o chapéu com o arco-íris antes de entrar no estádio Ahman Bin Ali", disse a federação. "A Federação vai analisar esses incidentes e vai debater diretamente com a Fifa o assunto".
Posteriormente, um jornalista brasileiro também teve problemas. Victor Pereira utilizou as redes sociais na manhã de ontem (22) para contar que torcedores locais e policiais o abordaram após confundirem a bandeira de Pernambuco, que possui um arco-íris, com a do movimento arco-íris.
A reportagem apurou que a Fifa não deu orientações para barrar imagens ligadas ao universo LGBTQIA+, mas reconheceu que havia uma questão de comunicação com os seguranças dos estádios. Havia uma orientação para reforçar a liberação desses itens.
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