Topo

Capitão Thiago Silva e mais 4: quem são os líderes 'casca grossa' do Brasil

Thiago Silva e Neymar caminham durante amistoso entre Brasil e Gana - Antonio Borga/Eurasia Sport Images/Getty Images
Thiago Silva e Neymar caminham durante amistoso entre Brasil e Gana Imagem: Antonio Borga/Eurasia Sport Images/Getty Images

Do UOL, em Santos (SP)

24/11/2022 04h00

Classificação e Jogos

O zagueiro Thiago Silva foi escolhido por Tite como capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo do Qatar 2022. O veterano defensor de 38 anos, porém, não é o único líder do Brasil e divide a responsabilidade com ao menos mais quatro jogadores.

Prova disso foi a resposta do atacante Richarlison, já no Qatar, sobre liderança e capitania da seleção. Ele citou Thiago Silva, Casemiro e Dani Alves, três dos líderes que ajudaram o time de Tite a criar uma 'casca grossa'.

"A liderança aqui é dividida. São quatro ou cinco ali mais velhos e o resto é tudo moleque de 24, 25 anos. Respeitamos muito eles, seguimos conselhos. É muito importante eles estarem no nosso pé, nos cobrando, porque vestir essa camisa tem uma cobrança maior. Seja capitão o Thiago, Dani ou Casemiro, cada um tem sua importância", disse o Pombo.

Além dos três citados nominalmente pelo camisa 9, ao menos outros dois dividem a liderança do vestiário: Marquinhos e Neymar. Thiago Silva e Dani Alves têm atributos parecidos e eram os dois favoritos à faixa que ficou com o zagueiro porque o lateral, que era a primeira opção da comissão técnica, deve ser reserva.

Para o capitão da seleção, apesar de repleto de jovens, o time brasileiro criou uma casca grossa sob o comando de Tite e está pronto para a Copa. Em vídeo de bastidores do amistoso contra a Tunísia, o zagueiro fala sobre o tema na roda com os atletas após a vitória.

"Criamos uma casca forte, que os caras vão bater, bater, bater e não vão entrar. Ela tá forte e isso me deixou orgulhoso. Esse grupo que nós conseguimos formar aqui", Thiago Silva enfatiza a palavra 'bater' com pancadas na nuca de Casemiro, abraçado ao seu lado, que olha torto para o companheiro e arranca risadas do vestiário.

O episódio ajuda a explicar como se dá a liderança de Thiago Silva. O defensor é um dos jogadores mais respeitados do vestiário: ele foi capitão em 2014 e revezou a braçadeira em 2018.

Na roda dos jogadores ainda no vestiário antes das partidas, Thiago Silva sempre pede a palavra. Suas falas versam sobre intensidade e sobre a importância da camisa. O zagueiro cobra melhora no desempenho, puxa a orelha dos companheiros, mas também elogia quando tudo vai bem. Quando ele fala, todos ouvem.

"Hoje sou com certeza mais bem preparado, às vezes tem que bater a cara na parede para aprender. Não adianta o professor falar, enquanto não se arrebentar todo, a gente não aprende. E tem que passar por esses processos. Sou bem melhor preparado para esse momento, supertranquilo e super à vontade para agora e isso demonstra o quão respeitoso eu sou. Estou aproveitando a melhor versão Thiago Silva, com 38 anos estou em um dos melhores momentos da carreira", disse em coletiva.

Mas Thiago Silva não é daqueles líderes distantes e isolados. Apesar de diferença de idade em relação aos mais novos, o defensor dialoga muito bem com os jovens. Se não lidera o 'bonde da confusão', está na equipe de apoio, rindo das brincadeiras ou com um pandeiro na mão.

Dani Alves

Dani Alves é quase um espelho de Thiago. O lateral é outro que quase sempre fala e sempre é ouvido. É extremamente admirado no vestiário não só por ser o maior vencedor da história do futebol, mas também pela resiliência de conseguir chegar à Copa do Mundo da forma como fez no Qatar.

O 'good crazy' é, sem dúvida, o líder mais próximo do grupo dos jovens, titular do pagode e entusiasta das bagunças do vestiário. Dentre os líderes, é aquele que exerce a liderança mais leve a ponto de terminar discursos com um "tamo junto".

Casemiro

Oposto aos dois, o volante do Manchester United tem um perfil discreto e mais calado. É talvez o jogador mais concentrado da seleção, alguém que colocará o time no lugar quando os nervos se exaltarem ou a partida sair do controle.

No vestiário, porém, é mais reservado. Exerce sua liderança pelo exemplo, mas fala menos durante as rodas pré-jogo. A opinião do volante é uma das mais ouvidas quando decisões difíceis precisam ser tomadas entre os líderes do grupo.

Marquinhos

O zagueiro do PSG fica no meio entre os perfis da dupla Thiago Silva/Dani Alves e Casemiro. Com o maior líder da seleção ao seu lado na zaga, Marquinhos aparece menos, mas gosta de orientar o time mesmo antes do apito inicial, pedindo atenção especial com um ou outro aspecto da partida.

Aos 28 anos, é o mais jovem do quinteto e admirado pela carreira que já construiu. É um líder técnico e candidato a assumir a liderança principal no próximo ciclo de Copa.

Neymar

O craque da seleção não é mais visto por Tite como um candidato à faixa de capitão, mas nem por isso deixou de ser um dos líderes do vestiário brasileiro. Aos 30 anos, Neymar se viu atuando com atletas de uma nova geração que o veem como ídolo.

Por isso, vem se tornando cada vez menos um dos membros da bagunça para se tornar uma referência respeitada no vestiário. Vem falando cada vez mais nas rodas pré-jogo e está sempre aconselhando os mais jovens do grupo. Tudo isso fez dele o novo 'presidente' da seleção, papel que durante muito tempo foi de Ronaldo e diz respeito à admiração do grupo para com ele.