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O perigo vem do alto: gols de cabeça já castigaram e preocupam o Brasil

Treinamento de bola aérea da seleção mostra Alex Sandro e Casemiro atentos - Lucas Figueiredo/CBF
Treinamento de bola aérea da seleção mostra Alex Sandro e Casemiro atentos Imagem: Lucas Figueiredo/CBF
Gabriel Carneiro, Igor Siqueira, Danilo Lavieri e Pedro Lopes

Do UOL, em Doha

24/11/2022 04h00

Classificação e Jogos

É difícil dizer que um time que sofreu só 19 gols em 50 partidas tenha alguma grande fragilidade defensiva, mas na seleção brasileira o que mais chega próximo de ser enquadrado dessa forma é a bola aérea, especialmente os cabeceios. Dos cinco últimos gols que o time de Tite sofreu na preparação para a Copa do Mundo do Qatar, três foram marcados de cabeça.

Esse detalhe pode passar a ser um risco, já que o Brasil estreia no Grupo G do Mundial hoje (24), às 16h (de Brasília), contra a Sérvia. Os europeus são especialistas nesse tipo de jogada e devem entrar em campo com dois centroavantes altos, Mitrovic (1,89m) e Vlahovic (1,90m), para explorar qualquer oportunidade.

A divisão dos 19 gols que a seleção brasileira sofreu desde a Copa do Mundo de 2018 é a seguinte: um de falta, um de bicicleta, um de chute dentro da pequena área, três de chutes de fora da área, quatro de chutes na grande área, quatro de pênalti e cinco de cabeça.

Ou seja, o gol de cabeça é o tipo de gol que o Brasil mais toma nos últimos quatro anos. Se o recorte for dos gols com bola rolando, é o equivalente a um terço do total de gols que o time sofreu.

Os cinco gols de cabeça foram marcados por Machado [Panamá], Abram [Peru], Ramirez [Venezuela], Felix Torres [Equador] e Talbi [Tunísia], este último no mais recente compromisso da seleção brasileira, um amistoso vencido por 5 a 1 na França.

O primeiro estava impedido, inclusive. Mas os outros aproveitaram brechas da marcação brasileira: o de Abram numa saída ruim do gol de Ederson; o de Ramirez num escorregão duplo na área de Marquinhos e Fabinho; o de Felix Torres numa falha técnica de Casemiro ao perder pelo alto; e o de Talbi num lance em que Richarlison não acompanhou o adversário e pulou errado.

Tite - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Tite durante um dos treinos da seleção brasileira na preparação para a Copa 2022
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

O 1,84m de Richarlison é um trunfo para o Brasil tirar a diferença de altura dos sérvios. E o camisa 9 já disse que sabe qual é sua missão: "Eles têm uma equipe bastante alta, sabemos do perigo que eles são na bola parada, na bola aérea. Hoje mesmo treinamos bastante isso, a equipe toda. Estamos preparados, estudamos o máximo possível e vamos fazer de tudo para bloquear o ponto forte deles."

Nos sete dias de treino como preparação para a Copa do Mundo, três ocorreram com portões fechados para a imprensa. Dos quatro restantes, em três foi possível observar treinos focados na defesa e principalmente em jogadas de bola aérea. A preocupação não é à toa, porque segundo o jornal sérvio "Danas" aproximadamente 40% dos gols da Sérvia têm origem em bolas paradas ou aéreas, muitos de cabeça.

A seleção estreia hoje no Mundial para evitar o que fez nos 17 jogos em que sofreu seus 19 gols desde 2018. A meta é repetir o que conseguiu nos outros 33 confrontos: passar em branco defensivamente.