Voz ativa: 5 vezes que Richarlison fez a diferença com seus posicionamentos

Richarlison foi eleito o melhor jogador em campo na estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo, na quinta-feira (24). Autor dos gols da vitória diante da Sérvia, o atacante costuma deixar sua marca fora dos gramados também, no cenário político e social. Ele defende ferrenhamente causas como combate ao racismo e à violência contra a mulher, e se posicionou pela conscientização sobre covid-19, no auge da pandemia, e as queimadas no Pantanal.

Antes e durante a Copa no Qatar, Richarlison tem deixado sua marca fazendo a diferença com suas ações e posicionamentos. O UOL Esporte destaca cinco momentos recentes em que isso ficou bastante evidente.

Foi de um começo humilde, em uma comunidade no Espírito Santo, a craque da seleção brasileira. Hoje, aos 25 anos, no Qatar —país sede do Mundial que é bastante contestado por atitudes relacionadas aos direitos humanos—, Richarlison já se posicionou sobre questões polêmicas, algo bastante raro entre os jogadores de futebol atuais.

1. Não à repressão

Em entrevista coletiva no início do torneio, o camisa 9 brasileiro endossou os protestos contra as restrições impostas pela Fifa ao uso da braçadeira "One Love", com cores do arco-íris.

"Independentemente de qualquer coisa, temos que respeitar. Não sei o que vão fazer aqui, se vão entrar com faixa, mas eu apoio qualquer ato. Vivemos num mundo perigoso, onde não podemos ter opiniões. Seja contra o racismo ou a favor do movimento LGBTQIAP+. Eu apoio qualquer movimento", explicou.

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2. Na defesa dos companheiros

A seleção brasileira costuma ser um dos focos de atenção da imprensa, e os atletas viram alvos fáceis de torcedores e ex-jogadores. Neymar, por exemplo, foi chamado de "egoísta" e "arrogante" pelo jornal alemão 'Bild'.

"Arrogantes são eles. Somos apenas sonhadores. Estamos sonhando com essa sexta estrela e vamos buscar, eles querendo ou não. Esse cara aí é um babaca por chamar o Neymar de egoísta. Também não conheço ele, não quero saber dele", respondeu Richarlison.

3. Vestindo a camisa sem politicagem

Em partida da Premier League pelo Tottenham, o "Pombo" declarou, na zona mista, que pretende impedir que a camisa do Brasil seja utilizada com fins políticos: "Isso faz a gente perder a identidade da camisa e da bandeira amarela".

4. Apoio a causas sociais

Mesmo antes de se tornar reconhecido mundialmente, quando estava se transferindo do Fluminense para o Watford, em 2017, Richarlison disse, ao canal ESPN, que doa 10% do salário para uma instituição de caridade que acolhe pessoas em tratamento de câncer. Seu trabalho fora dos campos também funciona como "incentivo para que outras pessoas ajudem". De tempos em tempos, vem a público também atitudes do atleta ajudando fãs.

5. Voz ativa

Durante a pandemia de covid-19, Richarlison participou de uma mobilização para doar cilindros de oxigênio para hospitais em Manaus (AM). Ele também usou sua popularidade para falar a favor da campanha de vacinação contra o vírus, tornando-se, inclusive, embaixador de um programa de pesquisa da USP.

Além disso, Richarlison já se manifestou contra queimadas no Pantanal, criticou a violência contra mulheres, comunidade LGBTQIA+

Estilo próprio

Decidido fora das quadro linhas e decisivo dentro delas, Richarlison deixa sempre evidente que personalidade não lhe falta.

Seja com um "chora mais" ao ex-jogador Dietmar Hamann, que criticou o brasileiro por fazer embaixadinhas em jogo do Campeonato Inglês, seja com declarações contrárias a qualquer tipo de discriminação e preconceito, Richarlison dá fortes indícios de que engajamento é sua praia.

"Enquanto ficarem de 'blá, blá, blá' e não punirem, vai continuar assim, acontecendo todos os dias e por todos os cantos. Sem tempo, irmão! #racismonão", escreveu, no Twitter, após ser alvo de ataques racistas no amistoso entre Brasil e Tunísia.

Em tempos turbulentos, Richarlison se mostra como um escudo humano, blindado contra as críticas, e preparado para sair em defesa do que julga correto.