Fred, Rodrygo, Militão: como Brasil joga com substitutos de Neymar e Danilo
Classificação e Jogos
Tite encontrou o time ideal nos amistosos de setembro e comprovou o sucesso da ideia na estreia da Copa do Mundo do Qatar, quando a seleção brasileira teve o melhor desempenho entre as favoritas ao título e venceu a Sérvia por 2 a 0. Mas a felicidade durou pouco: Danilo e Neymar se machucaram e não vão jogar contra a Suíça na próxima segunda-feira (28).
O lateral-direito teve uma lesão de ligamentos no tornozelo esquerdo, enquanto o meia sofreu uma lesão de ligamentos e um edema ósseo no tornozelo direito. Os dois já são desfalques certos na segunda rodada da fase de grupos e vão tentar se recuperar para a rodada final. O caso de Danilo é mais simples, mas Neymar deve voltar só mesmo no mata-mata caso o Brasil se classifique.
Enquanto eles se recuperam, Tite quebra a cabeça para montar o time titular com apenas dois dias de treinamento. Um deles terá portões fechados para a imprensa, decisão tomada justamente para esconder as opções do treinador.
No meio-campo
Neymar hoje é meia central da seleção brasileira, jogando com Raphinha e Vini Jr abertos dos lados e Richarlison no comando de ataque. Ou seja, atacantes como Antony, Gabriel Martinelli, Gabriel Jesus e Pedro estão descartados.
O único atacante que pode fazer essa função no elenco é Rodrygo. Ele já atuou assim no Real Madrid e em três jogos pela própria seleção durante alguns minutos. Inclusive, o jogador de 21 anos ocupou a função de Neymar depois da saída dele contra a Sérvia aos 34 minutos do segundo tempo. Antony substituiu o camisa 10 na prática, mas Rodrygo já estava em campo desde quatro minutos antes e foi deslocado para a função centralizada, com Antony na ponta.
Rodrygo também treinou como reserva de Neymar durante todo o período de preparação para a Copa na cidade italiana de Turim e também em Doha. É um tipo de substituto natural dentro do elenco, com características parecidas.
Mas Tite tem outras opções. Uma das mais consolidadas é a entrada do volante Fred no lugar de Neymar.
Nesse caso, Lucas Paquetá seria deslocado para atuar como meia central, a posição que mais jogou na seleção brasileira ao longo dos últimos anos. Já Fred ocuparia a vaga de segundo volante ao lado de Casemiro, posição recentemente perdida justamente para Paquetá. Seria uma volta no tempo para uma formação que já atuou junta várias vezes, só que desta vez sem Neymar.
Fred entrou contra a Sérvia e foi muito elogiado nos bastidores da seleção pelos 23 minutos que ficou em campo, com quase 80% de acerto de passes, chute a gol e movimentação tanto pela direita, quanto pela esquerda. O comportamento fora de campo ao aceitar a perda da titularidade e não baixar o nível nos treinos também foi bem vista internamente.
Com Rodrygo na vaga de Neymar, a seleção muda pouco. É a posição da liberdade criativa, do jogador que pode circular pelo campo, descolar da linha ofensiva para buscar a bola na defesa, distribuir passes e finalizar. O cérebro do time. Se a opção for Fred com Paquetá adiantado, o time é mais cauteloso, cadenciado e posicionado, menos brilhante. Mas igualmente eficiente, mostram os resultados do ciclo para a Copa do Mundo.
Bruno Guimarães e Everton Ribeiro também podem jogar na posição, mas são alternativas que correm por fora.
Quem deve ocupar a vaga de Neymar na seleção brasileira?
Resultado parcial
Total de 7547 votosNa lateral
Entre Daniel Alves e Éder Militão, os candidatos à vaga de Danilo, a mudança do time é mais gritante.
O lateral-direito na seleção brasileira é chamado por Tite de "construtor". O técnico não gosta que os jogadores da posição cheguem até a linha de fundo porque acha que lá é o espaço dos "perninhas rápidas" Raphinha e Vini Jr. Ou seja, o lateral defende e vai até o meio-campo para dar apoio às jogadas de ataque, segurando a bronca de quem avança.
Daniel Alves oferece para a seleção sua capacidade como organizador, articulador de jogadas, alguém que vai dar ao time a possibilidade de trocas de passe rápidas e apoio ofensivo. Já Militão é um lateral mais marcador, até por jogar originalmente como zagueiro no Real Madrid.
Na seleção, Danilo está mais para Militão do que para Daniel Alves. Prova disso é que ambos jogam em seus clubes em linhas de três na zaga, um sistema de jogo que Dani não está habituado. Por isso é que Militão sai à frente na disputa que tem até Fabinho, lateral-direito no começo da carreira, como alternativa.
Num cenário em que Daniel Alves ficasse com a vaga, Tite precisaria fazer ajustes e colocar outro volante no time. Seria um "pacote": Dani na lateral, Fred no meio e Paquetá adiantado. Com Dani na lateral não dá para Paquetá ser segundo volante e Rodrygo ser escalado no meio, porque Tite provavelmente perderia o equilíbrio que busca na equipe nesta Copa do Mundo.
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