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Se tudo der certo na Copa, Espanha será teste que o Brasil não teve

Jogadores da Espanha celebram gol de Morata contra a Alemanha na Copa do Mundo - Clive Brunskill/Getty Images
Jogadores da Espanha celebram gol de Morata contra a Alemanha na Copa do Mundo Imagem: Clive Brunskill/Getty Images

Do UOL, em Doha

27/11/2022 18h50

Classificação e Jogos

A simulação em época de Copa do Mundo e os resultados dentro do próprio Mundial já colocam um caminho imaginário e provável: há grande chance de Brasil e Espanha se enfrentarem nas quartas de final.

Basta que tudo continue no seu curso, com a Espanha e o Brasil passando em primeiro no grupo e vencendo adversários, a princípio, mais fracos nas oitavas de final.

No jogo que tende a ser o mais difícil da primeira fase para a Espanha, o empate contra a Alemanha não foi o resultado dos sonhos. Mas o time de Luis Enrique, que já tinha feito 7 a 0 na Costa Rica, segue com um cenário relativamente tranquilo.

A partida, no geral, foi um ótimo entretenimento. Prova de que a Alemanha não pode ser completamente descartada nessa Copa, apesar da derrota para o Japão na estreia. Paralelamente, a partida trouxe facetas da Espanha que podem gerar preocupação para o Brasil no possível mata-mata.

O fato de a seleção de Tite, por si só, não ter enfrentado europeus no ciclo — à exceção da República Tcheca — já traria um desafio diferente para o Brasil. Mas a Espanha eleva esse distanciamento à outra potência, pelo jeito ímpar de jogar.

Por característica de jogadores e DNA de jogo, é um time que se sente muito confortável com a bola no pé. A improvisação de Rodri como zagueiro reforça isso. Os pontas também são basicamente meias, com facilidade de fazer a bola girar, movimentando-se pelo centro do campo. Não há tantas jogadas de velocidade com os pontas.

Esse cenário de povoamento da região central tem potencial de confundir a marcação brasileira — embora Casemiro esteja mais do que escolado com o jeito e os nomes da seleção espanhola. Os laterais brasileiros, em eventual confronto com a Espanha, terão que tomar cuidado com essa flutuação porque ela pode gerar superioridade numérica em uma faixa de campo crucial.

Pode ser um confronto interessante, no geral, para testar como a Espanha se safa diante de um Brasil que também gosta de ter a bola no pé e, no geral, tem força para deixá-la desconfortável, com as costas perto do próprio gol.

No empate com a Alemanha, a Espanha não se deu muito bem quando o adversário colocou um centroavante mais encorpado na frente - os alemães tinham começado o jogo com Müller e coube a Füllkrug, camisa 9 pouco badalado, o gol de empate. Num possível confronto contra o Brasil, Richarlison, Pedro ou Gabriel Jesus causariam perigo.

Mas os espanhóis também provaram o bom gosto do efeito de um homem mais fixo na frente, já que só balançaram a rede quando Morata entrou em ação. Dedo de Luis Enrique. A bola alta não parece ser o forte da Espanha. Houve sustos defensivos com bolas aéreas. No lado oposto, até o gol de Morata saiu com um cruzamento rasteiro de Jordi Alba.

O Brasil pode achar o "ouro" também se Raphinha e Vini Jr. acelerarem o jogo para cima do próprio Alba e sobre Carvajal. Um duelo direto de jogadores de Barcelona e Real Madrid, respectivamente.

Agora só falta saber se Brasil e Espanha vão confirmar o favoritismo em seus grupos na Copa do Mundo. A seleção de Tite joga amanhã (28), às 13h (de Brasília), contra a Suíça, na segunda rodada, e pode encaminhar classificação se vencer. Depois vai restar só a última rodada da fase de grupos. No mundo das ideias, o jogo está desenhado. Mas por enquanto é só isso.