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ANÁLISE

Copa tem gostinho de mata-mata no confronto entre tiki-taka e blitz

Koke e Leroy Sané em Espanha x Alemanha pela Copa do Mundo - Richard Sellers/Getty Images
Koke e Leroy Sané em Espanha x Alemanha pela Copa do Mundo Imagem: Richard Sellers/Getty Images

27/11/2022 18h15

Classificação e Jogos

Alemanha e Espanha caíram na Copa-2018 com eliminações vexatórias. Os germânicos saíram na primeira fase depois de mais de 80 anos, os espanhóis passaram horas tocando de um lado para outro para serem desclassificados nas oitavas. O duelo entre os dois times no Qatar mostra uma renovação: foi o jogo mais interessante do Mundial nesta primeira fase.

Para quem esperava um massacre espanhol, não foi o que se viu. A Espanha tinha, como de hábito, mais tempo com a bola no pé. Mas o estilo de pressão na saída de bola rival e e ataques em massa alemão se revelou igualmente eficiente.

O desenho do jogo no estádio mostrava-se tal qual um xadrez. A Espanha tinha sua formação com o trio de meio-campo Busquets, Gabi e Pedri, com as triangulações e viradas à procura do trio de ataque. Foi em uma bola de Busquets que Dani Olmo recebeu na esquerda e mandou na trave.

Ambos os times marcavam bastante à frente, e as duas defesas não abriam mão de sair jogando, inclusive os goleiros. Eram seguidos os momentos de "uhhhh' quando um atacante chegava perto de roubar a bola rival. O principal erro no quesito foi de Rodri, que quase entrou um gol a Gnabry.

O primeiro tempo acabaria com uma gol anulado de Rudiger. Em uma das raras falhas e espaços no jogo, ele apareceu sozinho para concluir de cabeça uma cobrança de falta. Estava impedido por meio corpo.

O intervalo não mudou o cenário equilibrado da partida. Alteraram-se, sim, as peças. A Espanha passou a ter Morata como centroavante mais centralizado, com a saída de Ferran Torres. E a jogada de ultrapassagem pelo lado funcionou: Dani Olmo veio buscar a bola no meio para abrir para Alba servir o novo centroavante, que deu um toque sutil para superar Neuer.

A Alemanha se desesperava e abria espaços: poderia ter tomado o gol fatal em contra-ataque que Asensio estava solo.

O técnico alemão passou a trocar todos os seus atacantes e seu time passou a ter uma linha ultra-ofensiva para poder pressionar a defesa espanhola. Deu certo. A Espanha errou uma saída de bola e o time acelerou a bola de pé em pé até Musiala. Dele, a bola meio que se ajeitou para Fuellkrug enfiar o pé e estufar a rede. Na força, na blitz, a Alemanha revivia na Copa.

Ao final, a Alemanha teve um pouco mais de conclusões a gols (11 contra 7) e mais presença na área, apesar da maior posse de bola espanhola. E precisa de uma vitória sobre a Costa Rica para garantir sua classificação. A Copa do Qatar atingiu seu ápice até agora e deu um gostinho do que serão mata-matas entre os grandes times.