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Desconfiança sobre Dani Alves não entra no vestiário da seleção na Copa

Dani Alves durante treino da seleção brasileira - Lucas Figueiredo/CBF
Dani Alves durante treino da seleção brasileira Imagem: Lucas Figueiredo/CBF
Gabriel Carneiro, Igor Siqueira, Danilo Lavieri e Pedro Lopes

Do UOL, em Doha

27/11/2022 04h00

Classificação e Jogos

A lesão de Danilo abriu a possibilidade de que Dani Alves deixe apenas de ser titular do tantã no pagode da seleção para efetivamente aparecer na escalação para o jogo contra a Suíça, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa do Mundo.

Embora Eder Militão desponte como primeira escolha da comissão técnica para a função, a onda de críticas à convocação do lateral-direito de 39 anos ganhou volume quase parecido ao momento em que Tite anunciou a lista de 26 jogadores que iriam ao Qatar. Mas há um ambiente em que as críticas não tomam forma: o vestiário da seleção.

Dani Alves é um dos líderes do grupo. Se fosse titular no começo do Mundial, seria ele — e não Thiago Silva — o dono da braçadeira de capitão, já que Tite resolveu acabar com o rodízio da faixa. O critério é a longevidade e a experiência na seleção.

Esse contexto ajuda a explicar por que Dani é admirado pelo grupo. Ele tem um perfil motivador, costuma atrair jogadores ao seu redor quando ele puxa os instrumentos e, dentro de campo, é visto como um jogador diferente. Capaz de entregar algo que nenhum dos outros selecionáveis consegue, em que pese as dificuldades físicas inerentes à idade e ao fato de não jogar há dois meses — contratado pelo Pumas (MEX), ele passou o período pré-Copa treinando no Barcelona B.

Até agora, todos os jogadores da seleção que foram confrontados com questões a respeito de Dani Alves saíram em defesa dele, com diversos argumentos.

"Tenho total consciência de que o Daniel Alves não veio aqui a passeio. É um jogador multicampeão, demonstrou para o mundo inteiro que é um lateral que se pode contar com ele. Se o treinador trouxe, é porque confiamos dele", disse o volante Casemiro.

Há menos de um mês, a presença de Dani Alves foi justificada por Tite pelos atributos individuais do jogador, mas também pelo contexto tático exigido aos laterais da seleção. O técnico pontuou que eles não atuam como pontas e são construtores.

"A qualidade técnica que ele empresta nesse sentido é impressionante. Não vai ter 60, 70 metros de ida e volta", pontuou.

Dentro desse desenho, até o titular inicial se viu inferior a Dani Alves Danilo venceu a concorrência no início da Copa, atuando contra a Sérvia. Mas uma lesão no ligamento colateral medial do tornozelo esquerdo o tirou de combate.

Publicamente, o jogador da Juventus evitou também uma comparação com os feitos recentes no time italiano - versatilidade na defesa e conquista da capitania - com a solução emergencial de Dani ao escolher treinar no Barcelona B.

"Cada um sabe o que precisa fazer para estar aqui dentro. O critério para o Daniel Alves é só dele, o que ele pode dar, o que ele já fez... O que é critério para mim, é meu", pontuou.

Para confirmar a escalação contra a Suíça, algo que Tite esconde mais uma vez, a ponderação da comissão técnica será entre a maior capacidade física/defensiva de Militão — zagueiro de origem — e a qualidade de construção de jogo de Dani Alves. Segundo Casemiro, o lateral tem "um pé diferente, qualidade excepcional".

Oficialmente, o mistério tende a terminar só 1h antes do jogo contra os suíços, marcado para amanhã (28), às 13h (de Brasília) no estádio 974, em Doha.

Todos os dias de Copa, às 9h, Domitila Becker traz as últimas notícias do Mundial direto do Qatar no UOL News Copa. Acompanhe ao vivo: