Você não está mal no Bolão: é a Copa do Qatar que não segue a lógica
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Argentina x Arábia Saudita? "Messi contra um monte de jogador que eu nunca ouvi falar. Argentina na cabeça." Irã e Gales? "Gales tem o Bale, o Irã nunca ganhou de um rival de peso em Copas. Gales, fácil". Grupo com Alemanha, Japão e Costa Rica? "Os alemães vencem todo mundo e os japoneses passam pelos costa-riquenhos."
Se você cravou o resultado mais esperado no bolão e se deu mal, tenha certeza, você não está sozinho. Como comprovam não só as inesperadas derrotas de Argentina e Alemanha, mas também triunfos surpreendentes de Irã, Marrocos e Costa Rica, esta é uma Copa "ferra bolão" e a zebra está correndo solta no Qatar.
Um dado, em especial, mostra isso. Se, em cada jogo dessa primeira metade da fase de grupos, alguém apostou R$ 1 no resultado apontado como mais provável pelos apostadores (vitória de um dos times ou empate), perdeu dinheiro. Investiu R$ 28, e só teve R$ 23,40 de retorno. É que só em metade desses jogos o resultado foi mesmo aquele tido como mais provável pelas odds, que levam em consideração estatísticas históricas e a proporção de apostas.
Pode parecer óbvio, já que toda a lógica das casas de aposta é que a banca quem deve lucrar, mas nos últimos Mundiais não havia sido assim. Em 2018, quem fez o mesmo nas primeiras 28 partidas da Copa da Rússia, até saiu no lucro, de R$ 0,13. Daqueles jogos, 18 tiveram o resultado mais provável.
Em 2014, o prejuízo foi mínimo, de R$ 1. Quem apostou no favorito dos primeiros 28 jogos daquele Mundial no Brasil, acertou o resultado 16 vezes. Na Euro do ano passado, 18 vezes, no mesmo número de partidas, o resultado foi o tido como mais provável.
Os dados foram compilados do arquivo do Odds Portal, e mostram que esta tem sido também uma Copa de resultados muito inesperados. A derrota da Argentina para a Arábia Saudita foi a maior zebra da história dos Mundiais, pagando R$ 25,52 por cada real apostado.
Contando com os dois jogos do Japão, já são três partidas desta Copa em que a odd (proporção de retorno) do vencedor estava acima de 7.0. Nas últimas três Copas inteiras, isso só havia acontecido quatro vezes: nas derrotas da Alemanha para México e Coreia do Sul em 2018, do Uruguai para a Costa Rica em 2014, e da Espanha para a Suíça em 2010.
Agora a torcida é para que isso não volte a acontecer tão cedo. Ao menos não hoje. Uma vitória da Suíça sobre o Brasil está pagando R$ 7,70 por cada real apostado.
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