Brasil se solta no 2º tempo e mostra que Rodrygo devia ter sido titular
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A seleção brasileira entrou na segunda rodada da Copa do Mundo do Qatar tão preocupada em segurar a força da "matadora de gigantes" Suíça que acabou engessando seu próprio jogo no primeiro tempo. Foi só a partir da etapa final, com as entradas imediatas de Rodrygo e Bruno Guimarães nos lugares de Paquetá e Fred, que o time mostrou mais sua cara, seu diferencial, para alcançar a vitória por 1 a 0. Com assistência do atacante do Real Madrid, o melhor substituto possível para Neymar.
O desempenho burocrático no primeiro tempo parte das escolhas de Tite para substituir os lesionados Danilo e Neymar. Éder Militão, zagueiro improvisado de lateral, e o volante Fred começaram como titulares. Militão é escolha natural, tem características muito parecidas com as de Danilo. Já Fred foi uma mexida tática. Mas não deu certo.
A comissão técnica da seleção identificou ao longo da preparação para o jogo de hoje que a Suíça trabalha muitas jogadas dos meias por dentro, com passagens pela direita para troca de passes e velocidade pela esquerda. As soluções para esses riscos foram escalar Fred por dentro, um volante mais seguro alinhado com Paquetá, e inverter Marquinhos e Thiago Silva para que Marquinhos, que é mais rápido que o companheiro de 38 anos, ajudasse Alex Sandro. Funcionou muito bem, a Suíça não criou nada.
Mas será que o 0 a 0 estava bom?
Pelo visto, não estava. Tite voltou com Rodrygo no lugar de Paquetá logo no intervalo. Com dois minutos em campo já estava claro que Rodrygo devia ter sido o substituto de Neymar, quando ele foi derrubado por Rieder e gerou o primeiro cartão amarelo da partida. Pouco depois, o atacante do Real Madrid recebeu passe em velocidade, driblou e viu o marcador chutar para a linha lateral para afastar o perigo. Na sequência, gesticulou para a torcida se levantar e incentivar a seleção.
Esse é o jogo que deixa o Brasil mais confortável, algo muito mais próximo do que foi contra a Sérvia na estreia da nopa do Mundo do que no primeiro tempo diante da Suíça: defesa forte, sim; evitando qualquer finalização limpa do adversário, sim; equilíbrio, sim, mas também um pouco de rebeldia, dribles, velocidade e "perninhas rápidas".
Aos 28 minutos do segundo tempo, entraram Antony e Gabriel Jesus. Saíram Raphinha e Richarlison, numa tentativa de acelerar ainda mais o jogo. A meta era a verticalidade e o toque de bola em direção ao gol que Neymar dá e Rodrygo tentou dar indo buscar a bola nos pés dos zagueiros, laterais e volantes para levar até o ataque.
Foi exatamente essa a base para o gol aos 37: Marquinhos abriu para Vini Jr na esquerda, ele cortou para o meio e tocou para Rodrygo, que tocou bonito, de lado, para Casemiro pegar em cheio e deixar o goleiro Sommer só olhando. Instantes depois, Rodrygo teve mais duas chances na área defendidas pelo goleiro suíço enquanto a torcida explodia nas arquibancadas do estádio 974.
Rodrygo é o reserva ideal de Neymar, que não tem previsão de volta na Copa do Mundo. Se tivesse mais do que 51 minutos contra a Suíça, a vitória poderia ter sido ainda mais ampla.
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