Camarões repete rede de intrigas em Copas com afastamento de goleiro
Classificação e Jogos
Em 2014, Camarões quase não foi para a Copa no Brasil por conta de uma divergência entre jogadores e a federação local relacionada aos prêmios. A chegada de Samuel Eto'o à presidência da entidade nacional vinha com a promessa de levar paz à preparação camaronesa para o Mundial-2022. Só que o que não faltam são intrigas no time africano com o auge com a divergência entre o técnico Song e a estrela do time Onana.
"Houve problemas com a organização nos bastidores no passado. Contamos com o atual bom nível e organização atrás das cenas (agora) para que os jogadores possam focar no seu trabalho. Nós estamos mais focados", dizia Song antes da Copa.
Não demorou para degringolar o ambiente camaronês. No anúncio da escalação do time contra a Sérvia, o nome do goleiro Onana, maior estrela do time, aparecia como ausente. A federação camaronesa falava em caso de indisciplina, seu staff, em desentendimento técnico.
Estava fora e deu lugar a Epassy. "Fiquei sabendo ontem à noite. O técnico veio me falar", contou o substituto. Todos os jogadores evitavam falar do caso de Onana. "Isso é com o técnico", repetiam.
Pois bem, Song confirmou que foi um caso de indisciplina, mas sem explicar o motivo. Falou que houve uma quebra de regras. Mas admitiu reincorporar Onana se ele se enquadrasse. "O grupo é mais importante do que o indivíduo", ressaltou.
Há versões diferentes sobre o desentendimento entre o técnico e o goleiro. Uma delas é que Onana teria criticado um jogador de defesa e pedido sua substituição, outra que teria reclamado de um colega em aplicativo de mensagem. Difícil saber o que é verdade.
Certo é que Onana já se preparava a caminho da Itália para se representar à Inter de Milão, segundo jornalistas italianos. Em uma rede social, publicou foto de si mesmo assistindo à partida. Não sabe se sabe agora se há chance de reviravolta.
Apesar de ser emblemática, por ser no meio da Copa, o episódio com o goleiro não foi o único em Camarões. O próprio Song assumiu o time após ordem do presidente Paulo Biya, que exigiu a saída de Toni Conceição e a substituição pelo ex-zagueiro da seleção. Depois disso, na convocação, houve uma polêmica na imprensa camaronesa sobre se a convocação teve influência de Eto'o, já que o treinador não sabia o nome de um dos jogadores anunciados.
É curioso observar como as intrigas relacionadas são tratadas quase de forma natural no ambiente de Camarões. Song não levanta a voz, não se irrita, apenas ri quando recebe questionamentos até bizarros como a suspeita de que a vaga do time na Copa foi comprada - acusação de um ex-colega de time dele.
Nem a crise com Onana afetou pelo menos aparentemente a capacidade de fazer festa dos jogadores camaroneses. Diante da Sérvia, entraram em campo com dancinhas exatamente como ocorreu contra Suíça. Esse time peculiar que espera o Brasil na próxima rodada.
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