EUA dominam Irã, se classificam em 2º e pegam a Holanda nas oitavas da Copa
Classificação e Jogos
Os Estados Unidos conquistaram a sua primeira vitória na Copa do Mundo do Qatar e também garantiram a vaga nas oitavas de final. A classificação veio em uma partida com contornos geopolíticos polêmicos. A seleção norte-americana superou o Irã por 1 a 0, hoje (29), no Estádio Al Thumama, em Doha, e terminou na segunda colocação do Grupo B, atrás da Inglaterra. A adversária da próxima fase será a Holanda.
Os iranianos entraram em campo com a vantagem do empate, já que estavam com um ponto a mais na tabela diante do adversário direto. Do lado dos EUA, apenas a vitória interessava. A seleção do país da América do Norte começou com muita intensidade, controlando as ações e pressionando a equipe asiática, que estava armada para se defender e tentar reagir em contra-ataques.
No entanto, o Irã não conseguiu criar nenhuma oportunidade na primeira etapa e não resistiu à artilharia norte-americana. Pulisic, camisa 10 dos EUA, inaugurou o placar e quase precisou ser substituído por ter se chocado com o goleiro adversário. Os EUA ainda tiveram um gol anulado antes do intervalo e seguraram o pouco inspirado ataque iraniano na segunda etapa, evitando a primeira classificação da história do adversário às oitavas.
Enquete: Qual seleção vai mais longe na Copa do Mundo do Qatar?
Com a vitória, os EUA chegaram aos cinco pontos, ultrapassaram o Irã, com três, e garantiram a segunda vaga para o mata-mata. A Inglaterra, que venceu País de Gales por 3 a 0 no outro duelo da chave, terminou em primeiro, com sete. A seleção de Gareth Bale ficou na lanterna, com um ponto. As equipes que seguem vivas no torneio enfrentarão os classificados do Grupo A.
Os duelos da semifinal, portanto, serão Holanda x EUA, às 12h do sábado (3), e Inglaterra x Senegal, às 16h de domingo (4).
Confronto geopolítico
O duelo entre as seleções, além de decisivo, era bastante esperado pela tensão extracampo e perigo iminente de conflito armado entre os países. A partida contava com a possibilidade de "vingança" do Irã após o ataque direto dos EUA em 2020, que resultou na morte de dois dos líderes iranianos mais importantes. Além disso, uma polêmica sobre a bandeira iraniana utilizada pela federação norte-americana nas redes sociais nas vésperas do jogo deixou os ânimos ainda mais elevados.
Se nos bastidores as duas federações entraram em conflito, com acusações de desrespeito e um pedido à Fifa para que os americanos fossem excluídos da Copa, o clima entre as torcidas foi de harmonia nas arquibancadas do estádio. Iranianos e americanos festejaram juntos na chegada e torceram por seus times lado a lado em todos os setores do estádio.
Iranianos e o hino
Antes mesmo de a bola rolar, os jogadores iranianos já estavam sob os holofotes internacionais. Isso porque a CNN afirmou que o governo do Irã estaria ameaçando torturar os familiares dos atletas caso eles não "se comportassem" durante a execução do hino nacional. Na estreia da seleção na Copa do Qatar, diante da Inglaterra, os titulares se recusaram a cantar o hino como forma de apoio aos protestos de mulheres por mais direitos e liberdade no país.
Perfilados, os jogadores se abraçaram durante a execução e cantaram o hino. Alguns mais timidamente, mal mexendo a boca, outros com um pouco mais empolgação.
EUA começam pressionando
Precisando do resultado, a seleção norte-americana partiu para cima dos adversários desde o primeiro minuto. A equipe controlava as ações e rodava a bola pelo campo de ataque, mas não conseguiam infiltrar na retranca iraniana no início. Os EUA tiveram uma cabeçada fraca de Pulisic, aos 11 minutos, e alguns cruzamentos perigosos na área, mas sem levar de fato perigo ao gol defendido por Beiranvand.
Apesar da intensidade do país da América do Norte, o jogo estava truncado devido à apatia do Irã em campo, que só se defendia e não tinha sucesso nos poucos contra-ataques que tentava.
Pulisic marca, mas fica caído
Depois de 38 minutos de insistência, os EUA conseguiram furar o bloqueio iraniano. McKennie tirou um lançamento da cartola e acionou Dest com maestria. O lateral recebeu nas costas da defesa e ajeitou de cabeça para o meio da área. Pulisic foi mais rápido que os defensores para chegar na pequena área e empurrou para o gol, inaugurando o placar.
O craque norte-americano, no entanto, levou a pior ao se chocar com o goleiro iraniano depois do chute e ficou estirado no gramado. Ele permaneceu no chão por cerca de dois minutos, enquanto recebia atendimento e preocupava a comissão técnica e os companheiros de equipe. O camisa 10 deixou o campo com apoio da equipe médica, mas conseguiu retornar para o jogo e não precisou ser substituído imediatamente.
VAR anula segundo gol
Os EUA ainda quase ampliaram o placar antes na reta final do primeiro tempo em duas ocasiões. A primeira em boa trama ofensiva protagonizada por Sargent e Weah, mas que acabou sendo frustrada por um passe errado na entrada da área. Na sequência, Weah foi lançado em profundidade e finalizou rasteiro na saída do goleiro, marcando o segundo gol. Porém, o tento foi anulado por impedimento do atacante na jogada.
Segundo tempo morno
Pulisic não continuou para a etapa final. A dinâmica de jogo, por sua vez foi alterada. Como o placar parcial classificava os EUA, o Irã precisou mudar sua postura em campo e passou a trocar mais passes, buscando encurralar os adversários para achar uma brecha, mas continuaram sem ter sucesso no ataque.
A principal chance iraniana veio aos 19' do segundo tempo. Nourollahi conseguiu levar a melhor em uma disputa pela direita e cruzou para a área. Taremi não conseguiu completar, mas a bola chegou até Ghoddos, que bateu de primeira, de chapa, mas ele tentou tirar muito do goleiro e acabou mandando para fora.
Mesmo com a pressão total nos últimos minutos da partida, o Irã falhava na hora de concluir as poucas jogadas que criou. Eles tiveram uma chance de ouro no apagar das luzes, mas Taremi parou em Turner em dividida perto da linha do gol. A seleção iraniana, durante todo o jogo, finalizou apenas uma vez na meta defendida pelo goleiro americano.
Os EUA também tentaram aproveitar os espaços que o Irã passou a deixar em campo para ampliar a vantagem, mas o placar não voltou a ser alterado. 1 a 0 e primeira vitória dos EUA no confronto direto — o outro duelo aconteceu na fase de grupos da Copa de 1998, na França, e o Irã levou a melhor por 2 a 1.
Ficha técnica
Irã 0 x 1 EUA
Torneio: 3ª rodada do Grupo B da Copa do Mundo
Local: Estádio Al Thumama, em Doha, no Qatar
Data e hora: 29 de novembro de 2022, às 16h (de Brasília)
Árbitro: Antonio Mateu (ESP)
Assistentes: Pau Cebrían e Roberto Díaz (ESP)
VAR: Juan Martínes (ESP)
Público: 42.127 torcedores
Gol: Pulisic (EUA), aos 38 minutos do primeiro tempo
Cartões amarelos: Adams (EUA), Hosseini (IRA), Kanaani (IRA) e Jalali (IRA)
Irã: Beiranvand; Mohammadi (Al Karimi), Pouraliganji, Hosseini e Rezaeian; Haji Safi (Jalali), Ezatolahi e Noorollahi (Torabi); Taremi, Gholizadeh (Ansarifard) e Azmoun (Ghoddos). Técnico: Carlos Queiroz
EUA: Turner; Dest (Moore), Robinson, Ream e Carter-Vickers; Adams, Musah e McKennie (Perry-Acosta); Pulisic (Aaronson), Weah (Zimmerman) e Sargent (Wright). Técnico: Gregg Berhalter
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