Messi e Cristiano Ronaldo arrastam multidões que Copa não via desde 94
Classificação e Jogos
Mais de 88 mil pessoas estiveram em cada um dos quatro jogos disputados até aqui. Dois deles com Messi em campo, um com Cristiano Ronaldo, um com a seleção brasileira. O Lusail, ao norte de Doha, tornou-se a casa dos grandes públicos da Copa do Mundo até agora. Públicos que não eram vistos em um jogo de Mundial havia 28 anos, desde que o Rose Bowl, em Pasadena (perto de Los Angeles), recebeu mais de 94 mil pessoas na final entre Brasil e Itália, em 94.
Antes do início da Copa, a Fifa divulgava uma capacidade de 80 mil pessoas para o estádio que abrigará a final da Copa do Qatar. Mas, uma vez iniciado o torneio, os públicos anunciados têm superado as capacidades iniciais. A Fifa disse que os números eram apenas "referências" para atender os requisitos e que as capacidades foram ajustadas. O Lusail "cresceu" 10% e, não à toa, foi o estádio escolhido para receber os jogos dos grandes ídolos do futebol mundial nos últimos 15 anos e da seleção mais admirada na região.
Os jogos de Argentina, Portugal e Brasil têm sido marcados pela presença enorme de um público "internacional", formado por pessoas dos quatro cantos que vieram ou vivem em Doha. Indianos (os predominantes), nepaleses, naturais de Bangladesh, de todos os países do Oriente Médio, muitos da África e sudeste asiático pintam as arquibancadas com as cores azul e branca, em jogos da Argentina, vermelha, em jogos de Portugal, e amarela, nos do Brasil.
"Eu vim torcer por Portugal por causa de Cristiano Ronaldo. Eu gosto do Real Madrid, ele é uma lenda e vim vê-lo em sua última Copa do Mundo. Nós viemos ao jogo da Argentina com o México e ao de Portugal com o Uruguai", contou Karim Awadeh, palestino, que vive em Dubai (Emirados Árabes Unidos). "Definitivamente o estádio só estava vermelho por causa de Cristiano. É a última Copa dele, muita gente quer vê-lo. E o mesmo acontece com Messi, já estamos com saudades deles. Ninguém fará no futuro o que eles fizeram", opina Tariq Bechara, o amigo ao lado, libanês.
"No caso do Brasil, é diferente. Não tem nada a ver com Neymar. O Brasil sempre foi a seleção preferida de todos aqui na região, as pessoas amam o futebol do Brasil", explica Awadeh. "São as três seleções que todos querem ver. Argentina, por causa de Messi, Portugal, de Cristiano, e o Brasil porque é o Brasil. Talvez no futuro o Mbappé consiga aumentar a base de fãs dele o a França fique mais popular", disse Bechara. A opinião dos amigos reflete perfeitamente o que os olhos podem ver nas ruas de Doha e no entorno dos estádios.
Em frente ao estádio, antes da partida, a reportagem presenciou dezenas de pessoas com a camisa de Portugal tirando fotos ou fazendo vídeos imitando o gesto que Cristiano faz ao comemorar seus gols. Falavam o "siiiim" ou "xiiiuuu" em alta voz, como CR7. No metrô de Doha, os cânticos de "Meeeessi, Meeeessi" são entoados constantemente por pessoas que nasceram bem longe da Argentina.
"Onde quer que o Cristiano vá, parece que jogamos sempre em casa", disse o volante Palhinha, da seleção portuguesa, ao UOL. "Ele tem muitos fãs, muitos torcedores. Hoje olhei para a arquibancada e vi muitas camisolas (camisetas) de Portugal e isso nos ajudou a ganhar do Uruguai".
O jogo entre portugueses e uruguaios teve um público anunciado de 88668 pessoas. As partidas da Argentina tiveram 88012, contra a Arábia Saudita, e 88966, contra o México, que foi tratado como "lotação máxima" pela organização. O jogo entre Brasil e Sérvia teve 88103 no Lusail. A Fifa diz que os públicos anunciados referem-se aos ingressos vendidos, não ao número de pessoas efetivamente dentro do estádio. Mas a reportagem do UOL esteve nestes quatro duelos e era difícil encontrar lugares vazios.
O quinto jogo no Lusail será nesta quarta, entre Arábia e México, dois dos países que mais trouxeram torcedores "originais" ao Qatar. Na sexta, o estádio volta a receber o Brasil, contra Camarões. Nas oitavas, possivelmente verá novamente Cristiano Ronaldo, caso Portugal confirme a primeira posição do grupo. Nas quartas, estaria Messi de volta, caso a Argentina seja a primeira do grupo e passe pelas oitavas. E, na semi, se tudo o que os organizadores planejaram der certo, o estádio receberá o superclássico entre Brasil e Argentina.
"Eu nunca vi um estádio assim vermelho fora de Portugal", falou um jornalista luso. "Eu nunca vi um estádio assim, é uma motivação para nós", declarou o goleiro Diogo Costa.
E a "prova" de que o estádio estava vermelho por causa de Cristiano Ronaldo e ocupado por um público internacional ocorreu no intervalo da partida contra o Uruguai. Nos intervalos dos jogos, a organização põe em cena pessoas falando o idioma dos países envolvidos na partida, que falam no idioma natal para animar o público. O animador português, Francisco Moreira, que também trabalha nos jogos do Benfica, pediu para que as pessoas acendessem as luzes dos celulares. E foi atendido por somente algumas dezenas, as que foram capazes de entender o que ele estava falando em bom português de Portugal. O resto estava lá só por causa de CR7.
O UOL News Copa fala sobre a definição do mata-mata no Mundial, a aposta de Tite nos reservas, o tratamento dos brasileiros lesionados e mais notícias da Copa do Mundo. Confira:
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