Thiago Silva tem razão? Médico explica prejuízos de falta de sono a atletas
Classificação e Jogos
Capitão da seleção brasileira, Thiago Silva apontou um curioso fator que atrapalhou a equipe na vitória por 1 a 0 sobre a Suíça, ontem (28), pela segunda rodada da fase de grupos da Copa do Mundo. O resultado classificou o elenco de Tite com uma rodada de antecedência para as oitavas de final do torneio.
Após a partida, o zagueiro ressaltou uma vantagem dos europeus por eles terem uma noite de sono a mais em relação ao Brasil — os pentacampeões jogaram contra a Sérvia às 22h (horário local) da última quinta-feira, enquanto a Suíça foi a campo às 13h (horário local).
"Eles tiveram um pouco mais de tempo de recuperação. Eles jogaram à tarde e nós, à noite (na primeira rodada). Perdemos uma noite de sono, sabemos o quanto isso influencia", afirmou Thiago Silva em entrevista ao "sportv".
A justificativa é plausível? O UOL conversou com o Dr. João Gallinaro, médico psiquiatra especialista em Medicina do Sono, para entender como a qualidade de sono influencia na atuação de um atleta de alto rendimento — desde a quantidade de horas dormidas até a posição em que o jogador se deita na cama.
"Se o atleta dorme mal, pouco ou se tem uma privação completa de sono, isso vai impactar tanto psicologicamente quanto fisicamente. Da parte física, o atleta que tem uma noite mal dormida tem a sensação de fadiga e não tem a recuperação completa de energia. Isso vai atrapalhar o desempenho", iniciou.
"Há também uma questão relacionada à recuperação muscular: existem alguns hormônios que são produzidos numa fase do sono que estão relacionados com a síntese de proteínas que têm um papel muito importante na recuperação muscular", explicou o médico, participante do Ambulatório do Sono da USP (Universidade de São Paulo).
A questão psicológica também é afetada por uma noite mal dormida. "A pessoa fica mal-humorada, ansiosa, não consegue se concentrar, fica sonolenta, um pouco mais impaciente... Quando você coloca isso no contexto do atleta dentro de uma competição, impacta muito mais. O atleta que dorme mal vai ter um cansaço, uma fadiga mental, vai estar com humor alterado, ansiedade aumentada, mais reativo e impulsivo".
E o sono?
Um esportista de alto rendimento precisa, segundo Gallinaro, de uma média de horas de sono elevada: entre nove e dez horas, tempo maior em relação a um adulto comum, que necessita de sete a nove horas.
Para o médico, a dificuldade em cumprir este período gera no jogador "um estado de privação do sono ou um período de descanso menor do que o que ele precisa para se recuperar".
Até a forma como uma pessoa se deita na cama influencia na qualidade do sono. "A melhor posição é de lado porque ela permite uma melhor posição da coluna, então você não tem um maior ponto de tensão. Quando você está deitado de lado e com a cabeça apoiada em um travesseiro, o seu nariz e sua boca não ficam obstruídos, então tem uma passagem de ar bem tranquila", falou o médico.
"Por outro lado, a pior posição para dormir é de barriga para baixo. Neste caso, se você acaba ficando com a sua cabeça alinhada, com a sua via aérea obstruída pelo travesseiro, aí você tem que virar a cabeça de lado para respirar e acaba provocando uma tensão na cervical", finalizou Gallinaro.
A seleção brasileira volta a campo nesta sexta-feira (2), às 16h (de Brasília), para enfrentar Camarões e tentar garantir a primeira colocação do Grupo G, e a torcida é para que os comandados de Tite tenham boas noites de sono até o fim do Mundial.
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