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Qual é a importância 'invisível' de Alex Sandro que a seleção pode perder

Alex Sandro durante Brasil x Suíça: ele saiu machucado aos 41 do segundo tempo - Fabrice Coffrini/AFP
Alex Sandro durante Brasil x Suíça: ele saiu machucado aos 41 do segundo tempo Imagem: Fabrice Coffrini/AFP
Gabriel Carneiro, Igor Siqueira, Danilo Lavieri e Pedro Lopes

Do UOL, em Doha

30/11/2022 04h00

Classificação e Jogos

Alex Sandro foi titular da seleção brasileira nas duas primeiras rodadas da fase de grupos da Copa do Mundo do Qatar, mas será desfalque contra Camarões, na sexta-feira (2), por causa de dores musculares na região do quadril esquerdo. O departamento médico da CBF fala em "tratamento para recuperar o quanto antes", sem estipular uma data para o retorno.

Contra Camarões, Alex Telles começa jogando. Depois, não se sabe. Sem Alex Sandro, a seleção terá que compensar a perda de características de jogo que agradaram muito Tite e sua comissão técnica nas vitórias contra Sérvia e Suíça. Os profissionais falam até numa importância "invisível" do camisa 6 na seleção — ou seja, elementos que podem não aparecer para o torcedor e até para jornalistas e narradores, mas ajudam muito o time em campo.

Uma dessas qualidades invisíveis é o fato de Alex Sandro ser um dos jogadores que mais se apresenta para dar e receber passes na seleção. Na estreia contra a Sérvia ele foi o recordista de uma estatística curiosa: foi o jogador do Brasil que mais trocou passes com outros jogadores ao longo da partida, o que se chama de "associações". Foram 11 companheiros com quem tabelou de 14 possíveis.

O número isolado pode dizer pouco, mas visto no contexto geral é muito valorizado por Tite. Significa que Alex Sandro é sempre apoio nas jogadas da seleção, sempre uma opção de passe para sustentar a ofensividade do time. Vini Jr, que também joga na esquerda, pode se lançar para o ataque com tranquilidade se percebe o lateral do setor como opção para segurar a bola e sustentar a subida em velocidade. Essa liberdade criativa de Vini é um dos segredos do Brasil e Alex Sandro ajuda a tornar realidade.

Na seleção de Tite, o lateral não é como aquele de antigamente que chegava na linha de fundo. Trata-se de uma função mais central no gramado, especialmente quando o time está atacando. Ou seja, a função defensiva é mais importante que a ofensiva.

E Alex Sandro cumpre: contra a Sérvia, foi o terceiro da seleção em ações defensivas, e diante da Suíça, o segundo. A taxa de acerto de passes também está sempre entre as melhores: 94% na estreia e 87% no segundo jogo. Na partida desta segunda-feira ele ainda ganhou 11 de 12 duelos pessoais — quando disputa a bola com um jogador do adversário. Ganhou todos pelo alto e quase todos no chão.

"O ponto de equilíbrio da equipe pode se estabelecer nessa engrenagem. O Alex Sandro não vai nunca ser o Júnior [ex-jogador da seleção nas Copas de 1982 e 1986], não é a característica", já chegou a dizer o técnico Tite.

Sem Alex Sandro, o titular da seleção contra Camarões será Alex Telles, que já atuou dez minutos contra a Suíça depois da lesão do titular. Tite considera que o suplente tem características parecidas com as de Alex Sandro, o que lhe fez superar a concorrência do ofensivo Renan Lodi na lista de convocados. Sexta-feira terá a grande chance de mostrar que pode manter o nível na posição.

Telles - Fabrice Coffrini/AFP - Fabrice Coffrini/AFP
Alex Telles durante Brasil x Suíça no estádio 974, sua estreia pela seleção na Copa do Mundo
Imagem: Fabrice Coffrini/AFP

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