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Em litígio, agente vai ao Qatar e ouve 'não' de Rodrygo por ingressos

Rodrygo, o pai Eric e o empresário Nick Arcuri - Reprodução
Rodrygo, o pai Eric e o empresário Nick Arcuri Imagem: Reprodução

Do UOL, em Santos (SP)

30/11/2022 04h00

Classificação e Jogos

Rodrygo e o seu pai, Eric Goes, negaram ingressos da partida entre Brasil e Suíça ontem (28), no Estádio 974, para o empresário Nick Arcuri no Qatar. Após 10 anos de parceria com a "Un1que Football", eles estão em litígio. Cada atleta da seleção brasileira tem direito a até 20 entradas para partidas da Copa do Mundo 2022.

O UOL Esporte apurou que Rodrygo tinha ingressos disponíveis, mas se recusou a oferecer ao agente, que foi ao Qatar acompanhado do filho. Nick Arcuri, então, conseguiu duas entradas por meio de um integrante da comissão técnica da CBF.

Nick vivia a expectativa de colocar panos quentes na briga nessa ida ao Qatar, mas a relação segue abalada. Rodrygo e o pai bloquearam os empresários nas redes sociais e estão dispostos a ir na Justiça para quebra do contrato.

Em contato com o UOL Esporte, a assessoria de Rodrygo afirmou que a família nega qualquer pedido de ingresso e o pai do atleta, Eric, alega que o último contato com o empresário Nick Arcuri foi há quatro meses.

Entenda o caso

A origem do litígio foi uma divergência entre pai e agente sobre a gestão da imagem do atacante do Real Madrid (ESP). Eric queria ter dado ao filho mais publicidade, ações comerciais e entrevistas nos meses antecedentes à Copa do Mundo. Ele chegou a começar um trabalho com Joel Jota, treinador de alta performance e ex-coordenador do Instituto Neymar Jr.

Nick Arcuri, entretanto, insistiu em manter um perfil discreto do atleta, principalmente por causa de um litígio envolvendo a paternidade inesperada de gêmeos. Há divergências pelo pagamento de pensão para a mãe Pamella Cristina Costa Souza, e o assunto tem atingido a imagem do jogador.

A Un1que alega ter contrato de representação do atleta por mais três anos e classifica a situação como uma "briga normal em longas relações". A quebra do vínculo representaria para Rodrygo um custo de cerca de 7 milhões de euros (R$ 38 mi).

Pessoas da Un1que que conviviam com Rodrygo e Eric entendem que eles se "deixaram levar". A princípio, a ideia era dar maior visibilidade antes da convocação de Tite. Agora, o objetivo seria ter mais minutos na Copa do Mundo e ganhar mais dinheiro com ações comerciais. A Un1que discorda da família sobre essa estratégia.

Eric tem se reunido com grandes empresários do meio do futebol. No fim de setembro, ele jantou com Neymar Pai e Ulisses Jorge, o agente de Éder Militão. Neymar Pai está atento sobre a possibilidade de levar Rodrygo para a NR Sports, empresa criada para gerir a imagem de Neymar.

A turbulência entre Rodrygo e a Un1que virou notícia no mercado de empresários e mobilizou alguns dos maiores agentes do Brasil. Ao longo dos últimos anos, Rodrygo e Un1que foram procurados por parcerias com outros agentes, mas nunca aceitaram.

À procura de mais patrocinadores, Rodrygo, desportivamente, está resolvido. O contrato com o Real Madrid foi renovado até 2028 e a multa rescisória é de 1 bilhão de euros (R$ 5,5 bi). A Un1que afirma ter conduzido a negociação com o Real. A família de Rodrygo apenas frisa que não tem mais empresário.

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