Dani Alves rebate críticas: 'Se tiver que tocar pandeiro, serei o melhor'

"É uma coisa que me incomoda, mas não me afeta." Assim Dani Alves descreveu como encara a chuva de críticas direcionada a ele por estar na seleção brasileira na Copa do Mundo de 2022. Na entrevista coletiva que antecedeu o jogo contra Camarões, no qual ele será titular e capitão do Brasil, o lateral-direito usou as palavras atiradas contra ele para construir um discurso em resposta ao que ouviu desde que foi anunciado por Tite para vir ao Qatar.

A referência teve até uma pitada de ironia, envolvendo um instrumento musical tocado na concentração da seleção e nos momentos em que o time se dirige ao ônibus.

"Minha missão é estar a serviço da seleção brasileira. Se tiver que tocar pandeiro, vou ser o melhor pandeirista", disse Dani Alves.

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Aos 39 anos, ele será o jogador mais velho a vestir a camisa da seleção em Copas do Mundo, superando Thiago Silva, que atingiu a marca já no Qatar, aos 38 anos. Dani foi chamado para a competição, mesmo sem participar de um jogo oficial ao longo dos últimos dois meses.

"A vida me ensinou que quando você coloca sua mente naquilo que você quer, quando você coloca trabalho, dedicação, ela te leva a lugares inimagináveis. É a isso que ela me levou, estar aqui agora nessa seleção. Essa viagem vai ser única. A vida sempre premia aquelas pessoas que amam o que fazem, que realmente se entregam de corpo e alma à missão. Eu estou colhendo o que plantei em 16 anos", afirmou o lateral-direito.

Dani foi chamado por Tite para o Mundial porque a comissão técnica avaliou que os índices de performance física estavam similares a ocasiões anteriores em que o jogador foi convocado, como nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Mas Dani Alves não foi o substituto imediato de Danilo, quando o lateral-direito titular se machucou logo no primeiro jogo, contra a Sérvia. A opção imediata para o jogo seguinte, diante da Suíça, foi usar Eder Militão, zagueiro de origem, mas improvisado por ter sido lateral na base.

Dani entende que as dúvidas sobre ele aconteçam. Ele mesmo citou a questão da idade e o fato de não estar jogando em um clube grande da Europa. O jogador pertence no momento ao Pumas, do México, mas passou o mês que antecedeu a Copa do Mundo treinando no Barcelona B, um jeito de mostrar à comissão técnica que pode entregar o que é necessário para disputar o Mundial.

"É normal que as pessoas contestem pela idade, por de repente não estar no melhor momento. Copa do Mundo não é só estar no melhor momento em seus clubes. É estar no melhor momento na seleção brasileira. Eu faço isso desde 2003. Eu tenho procurado fazer e por isso eu acho que aqui estou. Historicamente, na seleção brasileira sempre alguém teve que pagar a conta e agora sobrou para mim porque todos os jogadores são titulares na Europa e eu não sou. Se eu estivesse no Barcelona, dificilmente esse debate estaria acontecendo", admitiu Dani Alves, que ainda se dirigiu aos críticos:

"Erraram, porque colocaram a conta de quem mais tem argumentos. Me incomoda, mas não me afeta. Não sou masoquista, não quero que as pessoas estejam falando mal de mim, mas é fácil fazer isso. Normalmente não aceito, mas não estou isento de tudo o que está acontecendo. Só prefiro ir por outro caminho, entregar o meu melhor para a seleção brasileira e o estafe".

O Brasil fecha a sua participação no Grupo G da Copa do Mundo amanhã (2) diante de Camarões, às 16h (de Brasília). A seleção já está classificada às oitavas de final e decide liderança da chave.