Topo

'Geração de ouro' da Bélgica aguarda novo técnico e ainda quer última dança

De Bruyne lamenta chance perdida pela Bélgica na partida contra a Croácia, pela Copa do Mundo de 2022 - Ercin Erturk/Getty
De Bruyne lamenta chance perdida pela Bélgica na partida contra a Croácia, pela Copa do Mundo de 2022 Imagem: Ercin Erturk/Getty
e em Doha (Qatar)

01/12/2022 21h03

Classificação e Jogos

Adeus mesmo, só do técnico. Nenhum jogador da seleção belga saiu do estádio nesta quinta dizendo que se aposentaria da equipe nacional. O único que passou um pouquinho mais perto disso foi o zagueiro Toby Alderweireld, de 33 anos, que falou que irá "conversar com a família para decidir o futuro".

Vertonghen, 35, está pronto para outra. Courtois, 30, idem. Mertens, 35, aguarda a próxima chamada. De Bruyne e Hazard, os "gênios" da geração, não se pronunciaram. O fato é que 7 dos 11 titulares na partida contra a Croácia, empate sem gols que eliminou a Bélgica, já passaram dos 30 anos. O mais jovem, Castagne, fará 27 na segunda-feira.

"Vamos ver nas próximas semanas quem dirá que fica, quem dirá que não. Mas eles (os veteranos) mostraram hoje que ainda podem jogar em alto nível, que ainda têm fogo dentro deles. Eles formaram grandes times para nossa nação. Temos alguns jovens vindo aí, como Doku, acho que o futuro é brilhante para a Bélgica", falou Castagne.

São dois fatores primordiais que determinam o fim - ou não - da "geração de ouro" da Bélgica. O primeiro é a escolha do novo treinador, que pode ser Thierry Henry, que trabalha na Federação Belga como assistente técnico de Roberto Martínez - o técnico que anunciou após o jogo que não continuará no cargo. O segundo fator é a Eurocopa-2024, que será disputada na Alemanha, um país próximo da Bélgica e que permite viagens curtas e encontros constantes com os familiares. Como a Euro será daqui a apenas um ano e meio, grande parte dos jogadores considera que é possível chegar até lá.

Seria a última chance de título para um grupo de jogadores que participou do renascimento do futebol belga. Fora das Copas de 2006 e 2010 e das Euros de 2004, 2008 e 2012, a Bélgica passou a se classificar para os grandes torneios e liderou o ranking da Fifa por quatro anos. A "geração de ouro" é fruto de um forte investimento que o país fez no futebol de base, na formação de atletas. Vários deles já ficaram pelo caminho, como Kompany, Vermaelen, Fellaini, Dembélé, Chadli, Mirallas, jogadores que, quer queiram quer não, começaram a desbravar os principais mercados europeus. Outros, os principais, ainda estão na ativa.

A Bélgica fez Copas boas em 2014 (perde nas quartas para a Argentina) e 2018 (perde nas semifinais para a França), mas decepcionou em Eurocopas. A derrota para o País de Gales, em 2016, foi surpreendente, e no ano passado caiu diante da Itália, que seria a campeã, ambas nas quartas de final. No meio do caminho, houve edições da Nations League. Por mais que a Bélgica não tenha nenhuma obrigação histórica de ganhar algum destes torneios, ela teve material humano bom o suficiente em mãos para, pelo menos, chegar a uma final.

Apesar da péssima imagem deixada na Copa do Qatar - dois jogos medonhos e um bom, o último -, a geração de ouro ainda considera que tem gás suficiente para uma última dança. Veremos.