Arrascaeta mostra que Copa não se resume a uma Champions League de seleções
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Em seus dois primeiros jogos, a seleção uruguaia teve só jogadores que atuam na Europa na sua linha do meio de campo para frente. Em comum, duas atuações ruins e nenhuma vitória. Diante de Gana, o técnico Diego Alonso optou por iniciar com Arrascaeta, do Flamengo, como meia pela esquerda. O time sul-americano dominou o africano e venceu com dois gols do meia.
O 2 a 0, porém, não foi suficiente: o Uruguai acabou eliminado, atrás de Portugal e da Coreia do Sul —que venceu os portugueses no jogo que aconteceu ao mesmo tempo que o dos uruguaios.
A atuação do jogador do Flamengo quebra a máxima de que só existe futebol que preste no velho continente. Sim, os melhores jogadores estão lá, o nível de competitividade é maior, não há dúvidas. Quase todos os jogadores que vão brilhar na Copa são vistos na Europa. Mas isso não significa que só há jogador meia-boca atuando em outras regiões.
Arrascaeta era pedido pela imprensa uruguaia, que não entendia por que o técnico Diego Alonso usou um estilo de jogo de articulação, com o meia rubro-negro, durante as Eliminatórias, mas voltou para as ligações diretas com correria quando começou o Mundial. A entrada do meia diante de Portugal já sinalizava um time mais criativo. Contra Gana, percebeu-se um Uruguai muito diferente em campo. Arrascaeta foi escalado para armar pela esquerda, uma posição em que se sente confortável. Do outro lado, Pellistri. Na frente, estrelas do futebol europeu Darwin Nunez e Suárez.
Desde o início, o Uruguai tinha posse de bola na frente com capacidade para trocar passes. Veio de Arrascaeta o primeiro lance de perigo uruguaio, por exemplo, em uma enfiada para Nunez, que chutou para defesa de Ate Zigi.
O primeiro gol saiu em jogada de Suárez, que parecia morto na Copa, mas teve boa atuação. Ele chutou forte para o meia completar de cabeça. O segundo é uma demonstração de como o Uruguai se transformou em um time de toque de bola: a jogada sai de Valverde, tem assistência de Suárez e conclusão, em chutaço, de Arrascaeta.
Dois gols em Copa de um jogador que atua na América do Sul, fora assistência de outro —Suárez, é bom lembrar, chegou à Copa do Mundo como campeão uruguaio pelo Nacional. Não é um caso único. Salem, pela Arábia Saudita, também surpreendeu a Argentina. Atua na Arábia Saudita. A seleção brasileira tem três atletas atuando no país que têm plenas capacidade de entrar em campo —Pedro e Everton Ribeiro, também do Flamengo, e Weverton, do Palmeiras. Se a elite está na Europa, a Copa não se resume a uma Champion League de seleções.
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