Brasil para em goleiro 'tampão' e de carreira inexpressiva

Foram sete defesas, seis delas em finalizações dentro da área, quase todas difíceis. Devis Rogers Epassy Mboka, 29 anos, nascido na França, 271 seguidores no Instagram, foi o herói improvável da seleção de Camarões na vitória por 1 a 0 contra a seleção brasileira, nesta sexta, no estádio Lusail.

Epassy começou a Copa do Mundo no banco de Onana, goleiro da Inter de Milão e titular absoluto de Camarões nos últimos anos. Mas Onana se desentendeu com o técnico Rigobert Song e foi cortado por indisciplina entre a primeira e a segunda partidas. Sobrou para Epassy. Contra a Sérvia, ele levou mais gols (três) do que defendeu bolas (duas). Mas, contra o Brasil, teve o grande jogo de sua carreira - no cenário mais improvável.

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Uma carreira que começou na base do Rennes, um clube de primeira divisão francesa. Mas Epassy perambulou e teve dificuldades para se firmar em um clube. Só conseguir jogar uma temporada inteira no Avranches, na terceira divisão francesa, aos 22 anos de idade. Aos 24, partiu para a Grécia, passou por quatro times e pela segunda divisão. Em agosto deste ano, desembarcou na Arábia Saudita para jogar pelo Abha, uma equipe inexpressiva do país e que passou a maior parte de sua história na segundona local - agora, está na elite saudita e ocupa a nona colocação no campeonato.

Na atual temporada do Abha, Epassy jogou sete partidas e sofreu 12 gols. No fim do jogo no Lusail, ele se ajoelhou no chão, pediu para ficar com a bola (não foi atendido) e recebeu os abraços de todos os jogadores da seleção de Camarões, que foram até eles agradecer pelo resultado, um dos maiores da seleção africana em sua história. Foi eleito o melhor do jogo e ganhou o troféu de uma vida.