Sai gemido e entra grito de gol: como é assistir à Copa em um motel
Classificação e Jogos
A partida Brasil x Camarões na Copa do Qatar foi decepcionante? Talvez não tenha sido para os casais que decidiram acompanhar o jogo da seleção em um motel na zona norte de São Paulo.
Na tarde desta sexta-feira, 2, enquanto a bola rolava, 43 casais ocuparam suítes do motel Censiv, na Freguesia do Ó. A lotação foi quase máxima e o corre-corre dos funcionários durou toda a partida.
A chance de pagar menos para "botar o time pra jogo", porém, não se concretizou dessa vez. Com quartos a partir de R$ 110 por quatro horas, o motel oferecia 10% de desconto a cada gol do Brasil. A seleção não ajudou.
A estratégia foi criada para aumentar o movimento na Copa. "Muitos estão vindo aproveitar, arriscando. Pode ser que consigam um desconto bom a depender do placar do jogo", disse o moteleiro e diretor da Abmoteis, Alberto Domingues, pouco antes da partida, que terminou em 1 a 0 para Camarões.
A gerência segue firme na torcida pela seleção da amarelinha — mas, de preferência, sem resultados superlativos. "A gente está torcendo para o Brasil ser campeão por placares magros, por 1 a 0 ou 2 a 0", brincou o moteleiro.
E o movimento tem superado as expectativas. "Conseguimos trazer clientes que querem mudar o ambiente, não assistir em casa ou no bar." Se às sextas-feiras, o motel ficava cheio só à noite, em dia de jogo do Brasil o fluxo começa antes, diz Domingues. O dono diz que o movimento do motel na Copa é de casais que já eram clientes e têm um relacionamento fixo.
A auxiliar de serviços gerais Roselha dos Santos, funcionária do Censiv, até tentou assistir ao jogo desta tarde em uma TV posicionada em uma área de passagem dos funcionários, mas os pedidos se acumulavam na tarde desta sexta.
"É um corre-corre danado", diz ela. Acostumada a ouvir todo tipo de barulho vindo dos quartos — com bastante discrição — Roselha conta que passou a escutar também as comemorações de futebol durante a Copa.
"Na última segunda, no jogo do Brasil, o cliente deu um gritão de gol", conta. Nesta sexta, porém, silêncio. "Nos quartos, nem um grito. Precisava ver a gritaria que foi nos outros jogos", completou a gerente Francisca Pereira.
Já o interfone não parava de tocar, enquanto o Brasil tentava, sem sucesso, o contra-ataque.
As solicitações vinham da recepção, que recebe os pedidos dos quartos. Segundo as funcionárias, a maioria das solicitações são de chinelo, copo, toalha. Mas o local também tem uma cozinha e oferece um menu executivo aos clientes.
Apesar do resultado do jogo, os funcionários não deixaram a bola baixar. Havia muita risada, e a aflição nos bastidores tomou conta quando o Brasil levou um gol de Camarões no fim do segundo tempo.
"E agora? O que acontece se o Brasil perder?", perguntou uma delas, nervosa, enquanto passava rapidamente pela TV em direção aos quartos.
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