Roda-gigante e tirolesa: nem derrota na Copa esfria festival Instagramável

Acostumado com as corridas de cavalo, o Jockey Club Brasileiro é palco do Village Betano, um festival com grandes nomes da música brasileira feito especialmente para a Copa do Mundo. Com roda-gigante, bungee jump, tirolesa, pedalinho e apoio de grandes marcas, o evento reuniu aproximadamente 7 mil pessoas para a derrota do Brasil por 1 a 0 para Camarões.

Voltado para a classe média alta no Rio de Janeiro, com ingressos de R$ 80 a R$ 340 por dia, o festival virou ponto de encontro de músicos, atores e influenciadores digitais. A linda estrutura esquece, né? Estamos falando da elite.

Relacionadas

Brasil vai para as oitavas como primeiro colocado com menos gols da Copa

Messi e o milanesa argentino vão acabar me fazendo virar a casaca na Copa

Área VIP da Copa tem camarão e open bar de espumante, mas custa R$ 5 mil

São 12 telões, mais de 10 opções gastronômicas, entre bares e restaurantes da cidade, e grandes marcas. Além da Betano, Budweiser — que dá nome à arena para o principal show de cada dia, em espaço anexo — iFood, que levou uma roda gigante para o local, Coca-Cola, com proposta de ativação a partir de uma tirolesa e Nívea. O Governo do Rio de Janeiro é parceiro do evento que tem ainda uma loja da Reserva. Até o famoso pedalinho da Lagoa Rodrigo de Freitas era uma das opções de entretenimento do local.

Durante o dia (2), os grandes shows eram do grupo de MPB Gilsons e dos rappers Djonga e Teto. A lineup do evento ainda tem nomes como Anitta, Wesley Safadão, Alceu Valença, Daniela Mercury, Jorge Ben Jor, Belo, Ludmilla e Luísa Sonza, entre outros.

Um pouco tímida também pelo time reserva e o difícil confronto da seleção no Qatar, a torcida era um pouco diferente da maioria dos eventos pela Cidade Maravilhosa. O público começou a chegar já com a bola rolando em função do trânsito da cidade. Até pela beleza do local, uma explosão de selfies e fotos posadas acontecia durante o jogo.

"Vim mais pelo evento do que pelo jogo, embora eu goste de futebol. O Brasil está classificado, então hoje quero mais aproveitar", disse o engenheiro João Gomes, que não quis posar para fotos: "Saí um pouco mais cedo do trabalho do que deveria", admitiu.

O espaço vip só começou a receber mais público ao fim do jogo. Por lá, stands de marcas de bebida como o energético Red Bull e o uísque Johnnie Walker. Atores, atrizes e muitos ex-participantes de reality show se dividiam entre um lounge e oito camarotes de frente para o público geral.

Os momentos de maior empolgação foram as entradas dos rubro-negros Éverton Ribeiro e Pedro, que também receberam vaias dos rivais. Em alta, Flamengo e Fluminense — cujo patrocinador máster dá nome ao evento — dominavam as camisas de clubes, mas a seleção mostrava popularidade, em mais um destaque claro da nova peça em azul, um sucesso de vendas. Ainda assim, a amarelinha era maioria.

Na hora do gol de Aboubakar que deu a vitória para Camarões, poucas vaias e lamentações foram vistas. Minutos depois, assim que o árbitro apitou o fim do jogo, um funk em alto e bom som animou alguns dos presentes, enquanto algumas pessoas já se dirigiam aos bares e restaurantes.

"O jogo hoje é só desculpa", afirmou o publicitário Lucas Blanco: "Se ganhasse era melhor, mas perdendo vamos beber até mais, já estamos aqui mesmo (risos)".

Alguns foram mais críticos com a atuação do time do técnico Tite. "Jogamos muito mal, mas é bom para sair do salto alto", opinou o motorista de aplicativo Felipe Amaral.

Na multidão, o principal criticado era Daniel Alves, além de Tite. Gabriel Jesus também sofreu, já que os cariocas queriam ver Pedro em campo. Quando apareceu no telão, Neymar foi aplaudidíssimo.

Mas a seleção estava mesmo em segundo plano na zona sul do Rio de Janeiro. A música e as atrações levantaram o público, que não se deixou desanimar com a má atuação e a derrota. O Village Betano fica no Jockey Club Brasileiro até o fim da Copa do Mundo.