Torcedora é retirada de jogo entre Sérvia e Suíça, após gesto provocativo
Classificação e Jogos
A vitória da Suíça sobre a Sérvia por 3 a 2 desta tarde, pelo Grupo G da Copa do Mundo, foi emocionante e com algumas confusões em campo, inclusive entre reservas.
Fora das quatro linhas, uma mulher que não estava trajada com nenhum uniforme das equipes, foi retirada do Estádio 974, após fazer o gesto que representa a bandeira da Albânia: uma águia negra de duas cabeças. A ação é provocativa à Sérvia, que nunca reconheceu a autonomia da região de Kosovo, cuja a maioria da sua população é de origem albanesa.
Em jogo entre as seleções no ano de 2018, atletas da seleção Suíça, Xhaka e Shaqiri fizeram o mesmo gesto. Ambos têm relação com o povo kosovar. O atacante nasceu em Kosovo, enquanto os pais do meio-campista são de lá e foram perseguidos pelo exército sérvio.
No duelo desta tarde, Xhaka esteve novamente envolvido em confusão. Após sérvios pedirem pênalti em cima de Mitrovic, o camisa 10 iniciou uma discussão e levou as mãos às partes íntimas, o que provocou revolta no banco de reservas da Sérvia. Rajkovic, goleiro reserva do país, acabou levando amarelo por isso. Perto do fim do jogo, Xhaka e Mitrovic discutiram e foram contidos pela arbitragem.
O que há por trás da manifestação?
Em 17 de fevereiro de 2018, Kosovo declarou independência unilateral, o que significa que a Sérvia ainda considera o local como parte de seu território. Historicamente, durante a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ambos eram parte da Iugoslávia, assim como Bósnia, Eslovênia, Macedônia e Montegro, além da região autônoma Vojvodina.
Diante do avanço do nacionalismo sérvio no antigo país da Iugoslávia, as manifestações culturais albanesas — que representam maioria da população — passaram a ser perseguidas. O idioma albanês foi proibido de ser ensinado nas escolas e movimentos políticos vetados, contrariando o desejo das pessoas que ali viviam e que ansiavam pela independência do local para se unir à Albânia.
Diante de tal cenário, formou-se o Exército Libertador de Kosovo (KLA), a mando do então presidente da Iugoslávia, Slobadan Milosevic e um conflito com forças armadas sérvias se iniciou, o qual ficou conhecido por Guerra de Kosovo. Apenas três anos após o início do conflito, em 1999, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) interferiu. A partir de então, foram 78 dias de bombardeios intensos na região e milhares de mortos.
Para os sérvios, a região de Kosovo sempre foi parte de seu país. Isso porque muito antes dos conflitos do século XX, em 1389. O local teria sido palco da união entre príncipes da Sérvia para lutarem contra o Império Otomano. Este, por sua vez, teria um número considerável de grão-vizires, o equivalente a primeiro-ministro nos dias atuais, de origem albanesa. Do lado albanês, a argumentação é semelhante, a região também seria o berço de sua civilização e seriam o seu povo legítimo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.