Reservas não aproveitam chance e esfriam briga por vagas na seleção
Classificação e Jogos
A seleção brasileira escalada só com reservas foi derrotada ontem (2) por Camarões por 1 a 0, na terceira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo. Apesar de o resultado não ter atrapalhado a classificação da equipe como líder do Grupo G, complicou a ascensão de alguns jogadores que eram candidatos a ter mais espaço no mata-mata.
Enquanto nomes como Gabriel Martinelli, Rodrygo e Fabinho tiveram bom desempenho no estádio de Lusail, outros como Bruno Guimarães e Gabriel Jesus desperdiçaram a chance de mostrar serviço e esfriaram a briga por vagas no time titular. O Brasil joga pelas oitavas de final na segunda-feira (5), às 16h (de Brasília), contra a Coreia do Sul.
Bruno Guimarães era um dos nomes mais aguardados para o jogo contra Camarões porque o meio-campo da seleção titular ainda está indefinido e ele tinha entrado bem contra a Suíça na rodada anterior. O volante perdeu a concorrência com Fred no time alternativo escalado nesta sexta-feira, mas entrou em campo aos nove minutos do segundo tempo. Com acréscimos, teve 43 minutos para aparecer.
E não aproveitou. Os dois momentos mais marcantes foram gols perdidos já nos últimos minutos. No primeiro, recebeu um cruzamento livre na área e cabeceou mal. No segundo, chutou por cima uma bola ajeitada de peito por Marquinhos na área. Para além disso, empilhou uma série de más execuções de lances, especialmente no ataque, com passes errados, duelos pessoais perdidos e até um cartão amarelo recebido.
A chateação pelo desempenho abaixo do esperado foi nítida na saída de Bruno Guimarães do estádio de Lusail. Cabisbaixo e com expressão abatida, o volante recusou pedidos de entrevista.
Gabriel Jesus viveu uma noite igualmente frustrante e não conseguiu marcar seu primeiro gol em Copas do Mundo. Ele só finalizou duas vezes em 64 minutos, menos do que os dois pontas titulares [Antony e Gabriel Martinelli] e o mesmo número de Pedro, que foi seu substituto acionado aos 18 minutos do segundo tempo. Para piorar, Jesus teve lesão diagnosticada no joelho direito e está fora da Copa.
Quem foi bem
Ederson foi o goleiro que sofreu o primeiro gol da seleção na Copa do Mundo, mas também foi responsável pela defesa mais difícil num cabeceio de Mbeumo aos 47 minutos do primeiro tempo. O goleiro também teve importância com a bola nos pés, quebrando as linhas de pressão de Camarões com passes e lançamentos precisos que ajudaram a seleção num contexto de desentrosamento.
Algumas ligações de Ederson foram justamente com Rodrygo, escalado como meia central. Na disputa pela vaga de Neymar contra a Coreia do Sul — caso o camisa 10 seja realmente desfalque —, o jogador do Real Madrid teve bom desempenho enquanto permaneceu em campo até os nove minutos do segundo tempo. Num "dia de Neymar", ele gerou dois cartões amarelos para jogadores de Camarões.
"Pegaram bem ali, fizeram falta fortes e fui um pouco caçado, mas é normal do jogo. Para segunda-feira não sou eu que tenho que dizer [se fez o suficiente para virar titular]. Estou fazendo meu papel. Estou à disposição", disse Rodrygo, logo após a partida.
Ponta aberto pela esquerda, Gabriel Martinelli foi o jogador mais insinuante do ataque do Brasil e também ganhou pontos. Ele chutou quatro vezes e acertou três, dando trabalho para o goleiro Epassy. Na direita, Antony começou bem, com dribles e jogadas verticais, mas perdeu o fôlego no segundo tempo, quando deu espaço para Raphinha, que é o titular da posição.
Se Daniel Alves, Éder Militão, Bremer, Alex Telles, Marquinhos, Fred e Everton Ribeiro estão numa lista de jogadores que tiveram atuações regulares e nem subiram ou desceram na avaliação geral, o mesmo não se pode dizer de Fabinho. Telles também teve lesão e está fora da Copa.
Substituto do poupado Casemiro, o volante do Liverpool teve atuação praticamente impecável à frente da zaga. Com índice de passes certos próximo de 90%, ele venceu três em cinco duelos pessoais pelo chão e foi responsável por seis desarmes que atrapalharam o desenvolvimento do jogo de Camarões. O azar de Fabinho é que Casemiro talvez tenha sido o melhor jogador do Brasil na fase de grupos.
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