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Como Holanda é grande ameaça à Argentina apesar de criticada no país

Marten de Roon e Memphis Depay comemoram o primeiro gol da Holanda contra os Estados Unidos. - Patrick Smith - FIFA/FIFA via Getty Images
Marten de Roon e Memphis Depay comemoram o primeiro gol da Holanda contra os Estados Unidos. Imagem: Patrick Smith - FIFA/FIFA via Getty Images

Colaboração para o UOL

04/12/2022 04h00

Classificação e Jogos

Classificados às quartas-de-final, após bater os EUA por 3 a 1, os jogadores holandeses respondiam sobre críticas sofridas em seus país. Concordavam, justificavam-se, diziam ter melhorado no primeiro mata-mata. A realidade é que o time holandês não tem o estilo habitual de toque de bola do time laranja como, aliás, não tinha nas últimas duas Copas. Dito isso, seu esquema é ameaçador para a Argentina.

As críticas da imprensa da Holanda são centradas no desempenho da primeira fase. Foram sete pontos, mas desempenho pouco convincentes diante de Equador e Senegal, os times mais fortes do seu grupo.

"Há bastante crítica em Holanda porque normalmente somos bons com a bola. Os times costumam jogar com 4-3-3. Acho que os gols de hoje, é tudo, dei assistência, o outro lateral me deu assistência. Mostramos a qualidade do esquema. Vamos focar o que pode melhorar?, explicou o atacante Drumfries, destaque na vitória dos EUA.

É uma análise similar à feita pelo zagueiro Ake. Na sua visão, o time holandês não jogou o melhor futebol nas partidas iniciais. Mas a exibição diante dos EUA foi um ponto de virada.

"Nos dois primeiros jogos não jogamos nosso melhor futebol. Nós conseguimos os pontos, nos classificamos em primeiros. Mas sabíamos que precisávamos jogar melhor. Hoje mostramos o que podemos fazer em diferentes fases. Defendemos melhor, mostramos como somos fortes nos contra-ataques?, disse o zagueiro

"Estamos crescendo no torneio. Estamos melhorando em cada jogo. Crescemos a cada jogo?, completou o atacante Gakpo.

Mas a melhoria só não suficiente para mudar a percepção de que a Holanda mudou sua postura histórica de time dominante, com posse de bola, com jogo pelas pontas, dinâmico. Verdade seja dita que não é de hoje que a seleção laranja joga de forma diferente.

Foi uma equipe pragmática em 2010 e em 2014 em boa parte dos jogos. Boa defensivamente, e com contra-ataques rápidos. Na Copa do Brasil, com o mesmo técnico Louis Van Gaal, a equipe era bastante forte na defesa, embora mantivesse o estilo de pontas.

No Qatar, estão os lá os ataques pelas laterais, mas não a posse de bola. Os EUA tiveram quase 60% de bola durante a partida e giravam enquanto a defesa holandesa estava bem postada. Pelo menos foi assim a maior parte do tempo com exceção em momentos de desconcentração em que Pulisic (no 1o tempo) e Wright (no 2o tempo) puderam concluir.

Mas, se a Holanda contra-atacou, não deixou de mostra qualidade quando foi para frente. Houve trocas de passes desde a defesa, com a preocupação de jogar o time adversário para um lado, para atacar o outro flanco com viradas. Foi assim em pelo menos dois gols, o primeiro e o terceiro.

E há os dois atacantes em ótima fase, Dumfries e Gakpo, durante o Mundial. E, apesar da falta de posse de bola holandesa, De Jong tem sido um volante com excelente saída e articulação para o time laranja. É uma equipe pragmática, sim, mas com seus brilhos.