Ex-Corinthians que brilhou na Coreia alerta Brasil: 'Não terá vida fácil'
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'O Brasil tem que tomar cuidado e não vai ter vida fácil contra a Coreia do Sul'. A análise sobre o jogo de estreia da seleção brasileira no mata-mata da Copa do Mundo do Qatar, hoje (5), pelas oitavas de final, é de quem conhece, e muito, o futebol sul-coreano: Junior Negão, atacante ex-Corinthians que fez história nos quatro anos que jogou por lá.
Natural de Salvador (BA), Junior Negão desembarcou na Coreia em 2018 para defender o Ulsan Hyundai. Saiu de lá, em 2021, como ídolo absoluto. Foram três anos seguidos como artilheiro do futebol sul-coreano e, no currículo, o título mais importante da história do time: a Champions League Asiática, em 2020. Durante este período, pôde conhecer de perto a evolução do futebol da Coreia do Sul, e hoje tem certeza de uma coisa: o Brasil vai ter trabalho no Estádio 974.
"O Brasil ainda é muito favorito, mas a gente tem visto nessa Copa que os favoritos também caem. O Brasil vai ter que ficar atento na parte física, na intensidade dos sul-coreanos. Eles são muito intensos, não param de correr o jogo todo. Tem que tomar muito cuidado, mas acho que, se conseguir neutralizar a parte física da Coreia, consegue ter um jogo mais tranquilo," analisa Junior Negão, de 35 anos, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
"É um time que nunca se entrega, luta incansavelmente, e isso tem sido visto nos últimos jogos. Apesar de não ter a qualidade técnica da seleção brasileira, o Brasil pode esperar um time que vai lutar até o fim, que vai tentar levar o jogo mais para a parte física do que para a parte técnica, até porque eles sabem que não tem como igualar na parte técnica", acrescenta.
Além da parte física, Junior Negão aponta outra questão que pode ser fundamental para o time brasileiro: o meio-campo comandado por Son, destaque do Tottenham, da Inglaterra.
"Óbvio que a seleção sul-coreana tem qualidade também, não é só a parte física. A gente tem visto um meio-campo que tem demonstrado muita qualidade, especialmente com o Son", diz. "Então é ficar atento nesses dois aspectos para tentar neutralizar e ter um pouco de vida fácil, apesar de eu não achar que o Brasil não vai ter vida fácil", complementa o atleta, que jogou uma partida pelo Corinthians no Brasileiro de 2007, ano do rebaixamento do Alvinegro para a segunda divisão.
Justo o Brasil pela frente...
A relação de Junior Negão com o país asiático faz com que a Coreia do Sul tenha no atacante um torcedor fervoroso nesta Copa do Mundo. O cruzamento entre a seleção sul-coreana e o Brasil logo nas oitavas, porém, não estava nos planos do jogador -que defendeu o Changchun Yatai, da China, na última temporada e foi artilheiro da Superliga Chinesa.
"Eu estava torcendo demais para a Coreia do Sul tentar ir o mais longe possível. Eu pude participar um pouco da evolução do futebol sul-coreano, e eu queria muito que eles conseguissem. Mas não enfrentando o Brasil no meio do caminho [risos]. Mas infelizmente acho que eles vão ficar nas oitavas", lamenta Negão.
A Coreia do Sul é um país maravilhoso. Tenho um carinho enorme. Foi um país que me acolheu de uma forma muito bacana, muito especial mesmo. Meu vínculo com a Coreia do Sul está muito além do futebol. Minha filha mais nova nasceu lá, então esse vínculo faz com que seja mais especial ainda. É um país que sempre vou ter um carinho enorme. Costumo dizer que lá é minha segunda casa.
'Briga' com Lewa e mensagem na pandemia
Em 2020, seu melhor ano na Coreia do Sul, Junior Negão chegou a brigar pelo posto de maior artilheiro do futebol mundial com Robert Lewandowski, logo depois do retorno do futebol-pós pandemia. À época, o atacante ganhou os noticiários brasileiros ao enviar uma mensagem de força para o Brasil na comemoração de um gol.
Com familiares ligados à área da saúde, Junior Negão chegou a perder um amigo para o coronavírus. "Sabia que muita gente no Brasil veria um possível gol que eu marcasse, já que a K-League foi a primeira liga a retornar, então surgiu a ideia de mostrar aquela mensagem de apoio ao povo brasileiro que sofria e ainda sofre com esse problema", disse na época, também em entrevista ao UOL Esporte.
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